
William Marinho
A juíza Aline Salgado, da Justiça Estadual da Comarca de Curionópolis-PA, determinou na tarde dessa terça-feira, 05, o afastamento de Gessé Simão da presidência da Coomigasp. A pedido do Ministério Público Estadual, a decisão também autoriza a quebra de sigilo bancário e a completa apuração do gasto de 27 milhões de reais repassados pela Colossus Minerals Inc. à cooperativa. Um oficial de justiça foi enviado ao prédio onde funciona a Coomigasp, mas Gessé Simão não foi encontrado para receber a notificação judicial por estar em Belém-PA.
Ontem pela manhã, Gessé Simão informou que a medida estava sendo esperada em decorrência de que a cooperativa estava usando contas de pessoas físicas para realizar suas ações e gastos com as empresas, funcionamento e as despesas com as assembleias gerais.
Segundo Simão, não há preocupações quanto à decisão judicial e o entendimento é de que ele fique afastado enquanto as investigações não forem concluídas. Ele explicou que a cooperativa estava usando contas particulares e de pessoa física em função das inúmeras decisões judiciais sobre precatórios levantados por ex-empregados e que foram julgados e transitados sem defesas apenas para que a cooperativa pagasse.
“Sem poder usar as contas da cooperativa em decorrência destes precatórios que agora estavam sendo negociados e pagos por nós, tive mesmo que fazer estas operações, mas tudo dentro do que determina o estatuto”, frisou.
Ele adiantou ainda que todas as suas contas foram apresentadas e aprovadas pelo conselho fiscal da cooperativa e não foram ilegais ou desvios de dinheiro. “Toda a documentação encontra-se à disposição da Justiça e ao Conselho Fiscal. Estamos tranquilos e vamos discutir com o Ministério Público e o poder judiciário este afastamento e sua duração. Eu mesmo sou favorável, pois entendo que deve-se apurar tudo”.
Gessé informou que neste final de semana, quando retornar de Belém, onde se encontra, deverá reunir a imprensa para falar sobre o assunto. “Por enquanto, espero que não noticiem fatos inverídicos, pois tudo está sendo feito normalmente e vamos mostrar que não há ilegalidade ou desvios”.
A Cooperativa deve mais de 27 milhões de reais só em precatórios, valores que, segundo ele, não teria condição de pagá-los e, por isso, estava negociando e reduzindo os valores.
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