Domingos Cezar
Escolhido para discursar representando confrades e confreiras, o acadêmico e juiz de Direito, Weliton Carvalho, emocionou-se ao registrar sua honra e responsabilidade para falar em nome da Academia Imperatrizense de Letras na edição simbólica do primeiro decênio da feira do livro, que desde o ano de 2009 passou a ser denominado de Salão do Livro de Imperatriz.
“Tem se atribuído às Academias a crítica segundo a qual estas entidades se tornam torre de marfim para abrigar cultores de letras divorciados do mundo circundante”, afirmou carvalho, ressaltando, entretanto, que “este não é improcedente no que diz respeito à Academia de Letras, a qual, desde sua fundação, nunca se afastou do propósito de democratizar as mais várias formas de expressão cultural”.
Ele fez uma síntese histórica do sodalício destacando que “os homens, mortais, transitam pela imortalidade nas páginas dos livros e aqui estamos louvando o livro, sujeito deste salão, uma vez que o livro é símbolo que convoca ritual, no sentido de cultuar uma entidade”.
“Vito Milesi justificativa a necessidade de uma academia porque Imperatriz não tinha escritores, mas precisava tê-los. Seguramente ali já havia escritores, mas não se viam e nem eram vistos como tais e este cenário denuncia a carência do livro como peça no cotidiano mais imediato de uma comunidade. E este evento serve, acima de tudo, para isto: tornar o livro um cúmplice de nosso viver”.
Weliton Carvalho observou que este ano é marcante na historiografia topográfica de Imperatriz, uma vez que o livro “Os Atenienses, a invenção do cânone nacional”, de autoria do professor Ricardo Leão, editado pela Ética Editora, foi agraciado com o prêmio literário da Academia Brasileira de Letras, do ano 2012, na categoria Ensaio e Crítica Literária.
“E neste dia, emblemático na décima edição desse evento, merece que se chame a lembrança do nome de Zeca Tocantins, poeta e trovador, ou simplesmente, o agricultor das letras, conforme sabiamente o define Livaldo Fregona”, afirmou o acadêmico, observando que Zeca plantou a sementinha que vingou, “tornando-se hoje frondosa e bela árvore”.
Carvalho lembra que, da mesma forma, Zeca idealizou o projeto “Nossa Arte nas Escolas”, que também foi abraçado por seu colega, Delvan Tavares, juiz da Vara da Infância e da Juventude. “Esse projeto é capitaneado pela Fundação Cultural de Imperatriz, na pessoa do presidente Lucena Filho, que usufrui do apoio de sua excelência, o prefeito Sebastião Madeira”.
Ele sugere que, para o Salimp ser cada vez melhor, é preciso colocá-lo no calendário cultural da cidade, com período certo, dotação orçamentária predefinida e programação organizada ao longo do ano. Weliton Carvalho, chamando a todos para uma reflexão, lembrando que “cabe a todos nós, acadêmicos, gestores públicos, empresários, estudantes, estudiosos, lutarmos para que novas gerações continuem conhecendo nos livros o sublime do humano”, concluiu.
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