Por Lima Rodrigues

Um herói. Assim poderíamos definir o jornal O PROGRESSO, de Imperatriz (MA), que chegou neste domingo, 3 de maio, aos 50 anos de existência, sob o comando do advogado, ex-promotor de Justiça, e empresário Sergio Godinho (Diretor Superintendente) e de seu filho, Sérgio Henrique, e tendo como editor-responsável o experiente jornalista Coriolano Filho (Coló) e ainda, o diretor comercial, Illya Nathasje.
Lembrando que o jornal foi fundado pelos amigos José Vieira e Jurivê de Macêdo e, após outras diretorias, foi adquirido por Sergio Godinho.
O jornal é formado por uma equipe competente, dedicada e a maioria dos funcionários está há mais de 30 anos na empresa. Ou mais, como é o caso do gráfico Fancisco Xavier Cabral, com 47 anos, e o diagramador Antônio Leoterio Alves Ferreira, o querido "Capijuba", que dia 7 de agosto completará 43 anos no jornal e o outro diagramador Jorge Silva Braga, que tem mais de 35 anos, o editor Coló, com mais de 40 anos, incluindo diversas funções, e o colunista Dema Oliveira ou o funcionário Deocleciano Pereira Araújo, o "Dió", também  com bastante tempo de casa.
Em nome dos saudosos gráficos José Filho (Vovoca), Itamir, do linotipista Zé Carlos, e do pesquisador e ex-editor Adalberto Franklin, homenageio todos os integrantes do jornal e seus colaboradores direto ou indireto e todos que pelo jornal passaram nas mais diversas funções nestes últimos 50 anos, entre os quais, João Evangelista, Pinheiro, Sérgio Macêdo, Moreira Serra, Antônio Costa, Luiz Duarte, Agostinho Noleto e Cesar Jansen.
O jornal chega até ao leitor com a colaboração de diversas pessoas, incluindo diretores, motoristas, motociclistas, redatores, repórteres, revisores, diagramadores, executivos de venda, secretárias, pessoal de apoio e colunistas - jornalistas (funcionários ou colaboradores) ou profissionais liberais: 
Coriolano Filho - coluna "Bastidores"
Willian Marinho - coluna "Fora de Pauta"
Dema de Oliveira - coluna "Linha de Fundo"
Gaudêncio Torquato - Porandubas Políticas
Prof. Doutor Fernando Belfort, Isabel Mueller, Aureliano Neto, Clemente Viegas, Nelson Bandeira, Phelippe Duarte, Henry, Raimundo Primeiro, Domingos Cezar, Lima Rodrigues e Roberto Wagner, além da magistral colaboração da Academia Imperatrizense de Letras (AIL) com a magnífica página semanal "Espaço das Letras".
Enquanto os impressos sofrem para sobreviver e muitos fecharam nos últimos anos, inclusive grandes e tradicionais jornais, se manter firme e forte como O PROGRESSO é uma demonstração de heroísmo e total dedicação de seus diretores e funcionários. E, claro, graças ao apoio de seus assinantes e anunciantes.
De acordo com o site www.guiademidia.com.br, existem atualmente 15 jornais no Maranhão. E o Progresso está na lista com muito orgulho.
O PROGRESSO  - Imperatriz; Jornal O Imparcial,  Jornal Pequeno / Blogs,  O Estado do Maranhão,  O Quarto Poder / Edições, Jornal Atos e Fatos e Jornal Cazumbá - São Luís; Jornal O Mearim - Bacabal; Jornal Grajaú de Fato - Grajaú; Jornal A Corda - Igarapé do Meio; Folha do Município - Raposa; Agora Santa Inês - Santa Inês; CF Notícia | Jornal A Hora - S.F. do Brejão; Gazeta da Ilha - São José do Ribamar; Tribuna do Maranhão - Timon.
O destacado site Poder 360, com sede em Brasília, comandado por experientes e premiados jornalistas, informou em 29 de novembro do ano passado que "o ano de 2019 não está (estava) sendo bom para os veículos tradicionais da mídia jornalística brasileira".  E acrescentou: "De janeiro a outubro, a circulação de exemplares em papel dos principais jornais já caiu 10%. O dado segue a tendência de queda vertiginosa dos últimos 5 anos. Em quase todos os casos, a circulação foi reduzida a menos da metade nesse período".
E para reforçar o que estou dizendo sobre o heroísmo da família Godinho e seus dedicados funcionários e colaboradores, faço questão de dar mais detalhes da matéria publicada em novembro de 2019 pelo site Poder 360. Confira:
O Poder360 buscou dados de 10 dos jornais diários mais relevantes. Em dezembro de 2014, tinham uma tiragem somada de 1,2 milhão de exemplares impressos. Em outubro de 2019, o número foi de 588,6 mil. Isso equivale a uma redução de 51,7%.
JORNAL DIGITAL: ALTA RELATIVA
As assinaturas digitais têm aumentado desde 2014. Dobraram em alguns casos. O resultado, entretanto, deve ser analisado com cuidado por 3 motivos:
1) base pequena - quase todos os jornais brasileiros passaram a dar ênfase aos assinantes digitais pagos há poucos anos. Por essa razão, o aumento percentual é grande. Mas, em números absolutos, ainda representam pouco como "vertical de rentabilização";
2) receita menor do que a do impresso - o custo de anúncio no jornal digital é menor do que na versão impressa. E a assinatura também é mais barata. Ou seja, para cada exemplar em papel perdido, são necessários muitos outros digitais para que possa ser feita uma contabilização neutra nas empresas de mídia;
3) manobra contábil - a maior parte do aumento recente de assinantes digitais se deu em 2018, quando o IVC (Instituto Verificador de Comunicação) mudou o critério sobre o que é "circulação paga".
No ano passado (2018) deu-se uma espécie de "pedalada" contábil. É que, em janeiro de 2018, o IVC passou a considerar como "circulação paga" assinantes que recebem até 90% de desconto em relação ao preço de capa (eis o comunicado com o novo critério). Isso provocou 1 espetáculo do crescimento de assinantes digitais.
No início de 2019, o IVC esclareceu ao Poder360 o que se passou por meio de seu presidente, Pedro Silva:
"Em janeiro de 2018, tivemos alteração dos valores máximos permitidos de desconto. Isso quer dizer que alguns assinantes que não pagavam o suficiente para serem considerados 'circulação paga' passaram a ser contabilizados. Isso explica o aumento expressivo de 1 mês para o outro e a não continuidade do crescimento nos meses seguintes".
E de quanto pode ser o desconto? Segundo o documento do IVC datado de 1º de janeiro de 2018, no caso de assinaturas digitais, o abatimento passou de até 90% do valor cobrado das edições impressas.
Diferentemente de vários veículos nos Estados Unidos que são empresas abertas e com ações negociadas em Bolsa de Valores, no Brasil, as empresas de mídia são fechadas. Por essa razão (e não há nada de errado nisso), são pouco conhecidos os resultados financeiros de cada uma -e o impacto que têm as assinaturas digitais, que crescem, mas resultam em faturamento não tão robusto como eram as vendas das edições em papel.
REVISTAS EM DIFICULDADE
As principais publicações semanais impressas perderam mais de meio milhão de exemplares só em 2019. Somando impresso e digital, Veja caiu 32%. 
VEJA IMPRESSA: 243 MIL CÓPIAS
A revista fez no passado publicidade sobre ser uma das maiores do planeta em circulação impressa. Por muito tempo teve mais de 1 milhão de exemplares. Agora, segundo o IVC de setembro, foram 243 mil cópias em papel.
ISTOÉ: SEM DADOS
Revista semanal bem conhecida, a IstoÉ há muitos anos não tem sua circulação auditada. Não há como saber o número de exemplares impressos nem sua circulação digital.
NOMENCLATURA NOVA
A queda da circulação trouxe mudança nas capas da Folha de S.Paulo.
O jornal chegou a tirar 1,5 milhão de exemplares aos domingos no início dos anos 1990. Era líder absoluto no Brasil. Exibia diariamente a sua circulação na 1ª página. Em tempos recentes, alterou a forma de divulgar esses números. Em vez de tiragem impressa (hoje baixa), agora a Folha dá destaque para sua audiência na internet.
A Folha manteve quase inalterado o número de "visitantes únicos" declarados em seu site no período de 1º de janeiro a 31 de outubro de 2019. Mas os acessos ao site do jornal caíram 8% nos primeiros 10 meses deste ano. (Fonte: site Poder 360)
Passam prefeitos e governadores e o jornal O Progresso continua firme e forte, apesar das tempestades, planos econômicos, aumento disparado do preço do papel (que é baseado no dólar) em vários períodos nos últimos anos, e agora a crise da pandemia da covid-19.
Conheço bem a história do jornal, de seus fundadores José Vieira e Jurivê de Macêdo e de tantos colaboradores, redatores e repórteres que pelo O Progresso passaram nesses últimos 50 anos. Em nome de Edimilson Franco e do cara que me levou para o jornal em junho de 1977, o flamenguista César Jansen, eu parabenizo todos aqueles que passaram pelo O PROGRESSO, o jornal da minha vida e da vida de muitos imperatrizenses.
Por tudo isso, eu parabenizo e desejo muitos e muitos anos de vida ao jornal O PROGRESSO
Parauapebas (PA), 3 de maio de 2020