
Domingos Cezar
João Parsondas de Carvalho acredita-se que tenha sido uma das figuras mais polêmicas que viveu em Imperatriz em meados do século XX. Os historiadores creem que tenha nascido no município de Riachão, porém atuou como professor, jornalista, historiador e advogado provisionado, nessa região, sendo reconhecido em todo o Brasil.
Morou por algum tempo, na companhia de sua irmã Carlota Carvalho, na então Rua Grande, hoje Avenida XV de Novembro. Irrequieto, ministrou palestra por São Luís, Belém e até no Rio de Janeiro, mostrando às autoridades competentes a situação que se encontrava a região sul do Maranhão sempre distante do poder central.
Como advogado provisionado, se destacou quando enfrentou e obteve vitória contra um poderoso grupo belga que tentou conseguir concessão para explorar minérios em todo o médio Tocantins. À época, o governo maranhense, ao tomar conhecimento, apresentou protesto por intermédio de Parsondas, o que fez a Justiça recusar tal pleito.
Em Imperatriz, João Parsondas de Carvalho também saiu vitorioso quando no ano de 1911 o promotor público João Câncio Brayner o denunciou por suas constantes denúncias contra as autoridades da época. O juiz Pedro Cardoso da Silveira o sentenciou a cinco meses e quinze dias de prisão, mas ele conseguiu um habeas corpus concedido pelo Tribunal de Justiça.
Em Marabá, no estado do Pará, João Parsondas de Carvalho virou nome de rua central da Velha Marabá em detrimento de sua luta, que culminou em cinco de abril de 1913 com a emancipação política administrativa do Município. Parsondas atuou como advogado na Capital Federal. Ele chegou com seus companheiros ao porto na lancha com os líderes do movimento que levaram ao povo a boa nova.
Parsondas de Carvalho teve forte atuação política e intelectual pelas regiões de Montes Altos, Sítio Novo e Grajaú, cidades em que foi homenageado com nome de escolas e outros logradouros públicos. Nas zonas rural e urbana dos citados municípios lecionou e alfabetizou os filhos dos fazendeiros e de trabalhadores.
Morreu pobre e abandonado em área rural de Montes Altos. Há cerca de 12 anos, a Academia Imperatrizense de Letras - AIL, em parceria com a Prefeitura Municipal de Montes Altos, resolveu homenageá-lo. Seu corpo foi exumado e conduzido para a Câmara Municipal, onde foi velado o dia todo e no final da tarde foi sepultado com honras no cemitério local.
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