A agricultura de Imperatriz mudou. Nos últimos quatro anos, ações de incentivo aos produtores rurais se multiplicaram. Os reflexos podem ser observados na quantidade e na qualidade dos produtos comercializados. Fruto da melhoria da estrutura e, também, da capacitação dos envolvidos no processo.
Capacitação foi uma das palavras de ordem durante o período. No total, quase 2,5 mil pessoas participaram de cursos oferecidos pela Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento e Produção (Seaap), nas mais diversas áreas.
Para o secretário José Fernandes Dantas, o trabalho direto com os produtores é indispensável. “Não adianta dar equipamentos se os trabalhadores não sabem como usá-los. Oferecemos cursos para [trabalhadores da] horticultura, feirantes, açougueiros, operadores de máquinas agrícolas. Até estudantes puderam participar. O resultado está aí”, garantiu o secretário.
A Seaap também buscou melhorar a produção oferecendo insumos aos produtores. Só nos últimos três anos foram quase dez toneladas de sementes de arroz e mais de quatro toneladas de sementes de feijão, além de milhos, hortaliças, calcário e adubos, simples e misto.
A qualificação profissional causou o aumento da produção e, consequentemente, a necessidade de facilitar o escoamento da produção. Segundo dados da Seaap, atualmente, são transportados, mensalmente, cerca de 80 toneladas de banana; 2,1 mil sacas de feijão; 12,4 mil sacas de arroz e quase 25 mil sacas de milhos. Quase quatro mil famílias foram beneficiadas.
Acesso e água
Além de contribuir com o escoamento da produção, a Seaap também buscou melhorar o acesso aos povoados, onde se concentra a maior parte da produção agrícola do município. Em trabalho desenvolvido com a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Sinfra), foram recuperados quase 60 quilômetros de estradas vicinais. Além disso, mais de 27 quilômetros estão em fase de construção.
José Fernandes destaca que, mesmo com o aumento e a maior qualidade da produção, era necessário dar condições para que as famílias pudessem negociar o excedente. “Nós percebemos que, com a produção em mãos, eles [produtores] não tinham como vender porque não tinham como sair dos povoados. Era preciso criar condições para isso. Conseguimos transporte e recuperamos estradas. Hoje, o que é produzido nos povoados chega à mesa da população do centro de Imperatriz”, disse.
A Prefeitura e a Seaap também trabalharam para levar água às famílias de Imperatriz. Nos últimos quatro anos cerca de 20 mil famílias foram beneficiadas pelo trabalho desenvolvido em 21 poços.
Um destes poços foi perfurado no povoado Olho d’Água dos Martins, a 40 quilômetros do centro de Imperatriz. No local, duas faixas parabenizavam a Prefeitura por resolver um problema que já durava 30 anos. Na primeira, havia a frase “Obrigado Madeira pela água. 30 anos de espera”. Já na segunda, estava escrito “30 anos de espera. Agora temos água em abundância. Obrigado Madeira”.
O último poço construído neste povoado havia sido perfurado ainda no governo do prefeito José de Ribamar Fiquene (1983-1988), com 60 metros de profundidade. O novo tem 330 metros. Mesmo com as faixas, os moradores não deixaram de agradecer pessoalmente pela obra. Foi o caso do morador Sebastião Ferreira. “Não tem nada melhor que água. Água é vida. Foi uma coisa muito boa que o nosso prefeito fez foi [trazer] essa água, porque não dá para ficar carregando lata d’água na cabeça em uma época dessas, é desumano. Ele [prefeito] viu isso e trouxe essa obra maravilhosa para cá”, disse.
Mais ações
A Seaap também incluiu novos programas para beneficiar os produtores locais. É o caso do Garantia Safra, desenvolvido em parceria com o Governo Estadual; o Núcleo Estadual de Projetos para a Agricultura familiar (NEP); implantou a Agricultura Familiar e a Economia Solidária para dez associações, além da implantação do Crédito Fundiário, que conta com o apoio dos governos federal e estadual.
Recentemente, a Seaap também contribuiu com a realização da 10ª edição do Encontro Nordestino de Leites e Derivados (Enel), realizado pelo Sebrae Maranhão. O evento aconteceu, pela primeira vez, longe de uma capital. Além disso, também foi a primeira vez que o Enel foi sediado no Maranhão.
A partir do próximo ano, a Seaap espera criar a Central de Abastecimento (Ceasa); ampliar os Programas de Aquisição de Alimentos (PAA’s); organizar as feiras públicas e expandir as feiras itinerantes, além de criar as feiras noturnas e elaborar o projeto de recuperação de poços artesianos.
Também está no planejamento para 2013 administrar o novo Mercado do Peixe, que deve ser reconstruído já no próximo ano. (Denis Oliveira e Claudir Porcínio)
Publicado em Cidade na Edição Nº 14557
Investimentos em diferentes áreas impulsionam agricultura de Imperatriz
Prefeitura facilita escoamento, investe em qualificação e colhe frutos com produtos de mais qualidade
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