Índios nas dependências da Funai
Índios querem a saída do coordenador, José Piancó
Alimentos doados aos acampados

Geovana Carvalho

Cento e vinte índios continuam acampados na sede da Funai em Imperatriz. As lideranças indígenas afirmam que para hoje (02) são esperadas mais quinhentas pessoas, vindas de todas as aldeias do Estado.
Os índios receberam alimentos das universidades de Imperatriz e do Conselho Indigenista Missionário. No acampamento não há eletricidade e apenas uma torneira fornece água para todas as famílias no local. “A energia e a água foram cortadas no dia em que chegamos, a água é improvisada ali, duma torneira...”, comenta Marinete Guajajara.
Olímpio Guajajara afirma que até agora as negociações pouco avançaram. No entanto, a aldeia Gavião, do município de Amarante, receberá uma Coordenação Técnica Local, uma das reivindicações daquele povo.
Marinete Guajajara diz que até agora nenhum funcionário da Funai compareceu à sede da Funai: “Ninguém veio até aqui”. Marinete explica que em uma assembleia, onde deverão estar presentes representantes de todos os povos indígenas do Maranhão, será decidido se os índios deixarão o cargo da presidência da Funai a escolha do próximo coordenador: “Aguardamos todos os povos e só então decidiremos se indicamos ou deixamos a critério da presidência da Funai a escolha de outro coordenador, mas os CTL (coordenadores técnicos locais) nós vamos indicar”, afirma a indígena.
Olímpio Guajajara denuncia a morte de um índio no último dia 26, nas terras Araribóia, em Bom Jesus das Selvas, e afirma que a Funai até agora não tomou providência: “Queremos ações, assistência dentro das aldeias, não temos ação da Funai dentro das aldeias”, reforça o índio.
Tentamos falar por telefone com o coordenador, José Piancó, porém não conseguimos.