Rua Coronel Manoel Bandeira, Praça da Cultura

Hemerson Pinto

De longe era possível observar o que ficou para trás depois da última noite do Carnaval na Praça da Cultura. Dois quarteirões da Rua Coronel Manoel Bandeira pintados de branco com a quantidade de maisena que não foi levada pelo vento nem nas cabeças e roupas dos foliões.
Garrafas, preservativos, palitos de espetinhos, saquinhos de pipoca, a própria pipoca, latas de refrigerante, latas de cerveja (essas aos montes), perucas coloridas descartadas após usadas na avenida, copos descartáveis e a prova de que muita gente ignorou qualquer risco: garrafas e copos de vidro, alguns quebrados.
“Falando em risco, uma mulher estava comendo espetinho e no meio da multidão alguém, sem querer, tocou no braço dela. Não deu outra. Furou o céu da boca, precisou ir embora. Nesses casos é necessária muita atenção. É melhor comer distante da multidão e depois retornar”, comentou o morador de uma das residências do circuito da folia da Praça da Cultura, que nas quatro noites de festa assistiu da calçada de casa a muita cena inusitada. Coisas do Carnaval.
“Vi até um rapaz beijando uma moça, mas o problema é que com uma das mãos ela apalpava a bunda do rapaz que estava ao lado. Os três embriagados. Não sei nem se o outro notou que tinha alguém passando a mão”, comentou outro vizinho do corredor da folia.
O trabalho das equipes de limpeza começou cedo. Antes de varrer, uma turma cuidou em organizar parte de alguns materiais em sacolas “pra deixar o grosso para empurrar com a vassoura e pegar depois”, explicou uma das servidoras da limpeza pública.
Além da Rua Coronel Manoel Bandeira, os agentes de limpeza tiveram muito trabalho nas ruas que dão acesso ao local onde foi instalado o palco e onde os foliões se divertiram. Na Praça da Cultura, onde foram montadas dezenas de banheiros químicos e onde foram reservados os espaços para os vendedores ambulantes, os trabalhadores também encontraram muita sujeira.
Outra equipe cuidou em desmontar o palco onde se apresentaram diversos artistas, onde aconteceu o Festival de Marchinhas e o Concurso de Fantasias.
Na Praça Mané Garrincha, onde a festa iniciou e tinha sequência com o cortejo que seguia para a Praça da Cultura, os agentes também precisaram fazer algum serviço, porém deu muito menos trabalho.