Hemerson Pinto
As inscrições já estão abertas e, segundo a coordenação do instituto responsável por inaugurar o curso em Imperatriz, a procura é satisfatória. A duração é de 13 meses. “É o primeiro curso de pós-graduação latus senso em cultura hebraica aqui na cidade, uma novidade em nível de América Latina”, diz o coordenador José Ribeiro.
Da acordo com o professor, “a cultura hebraica tem influência no mundo ocidental. Todo conflito que acontece no Oriente Médio, por exemplo, muda muitas coisas no mundo. Nosso país tem uma predominância judaica forte, porém oculta, mas muitos costumes que temos são de origem judaica miscigenada com a cultura brasileira”, afirma.
Segundo o pedagogo Samuel Silva, o curso vai preparar profissionais para atuar no mercado como historiadores sobre os elementos judaicos que influenciam na cultura do Brasil e até mesmo aqui na nossa região.
MAIS – A cultura hebraica tem uma forte relação com o mundo contemporâneo, levando apenas um dos mais básicos argumentos que justificam essa afirmação. Podemos atribuir a esse povo a criação de uma das maiores religiões do mundo atual: o cristianismo. Tendo essa posição de destaque na compreensão dos valores da cultura ocidental contemporânea, o estudo da civilização hebraica pode nos conceder intrigantes instrumentos de reflexão sobre os nossos valores e nossa cultura.
A história dos hebreus se confunde com a trajetória de diversos outros povos do mundo antigo. Entre outros episódios, podemos destacar o exílio no Egito, a dominação pelos babilônios e a conflituosa relação com as autoridades do Império Romano. Uma das maiores fontes de estudo da trajetória do povo hebreu se encontra na Bíblia, principalmente na parte do conhecido Velho Testamento. Nesse livro, hoje de valor sagrado para o Cristianismo, podemos ver alguns traços da história e da cultura desse povo.
Em geral, costumamos dividir a história dos hebreus de acordo com as diferentes formas de organização política desse povo. A primeira fase dessa divisão faz referência ao chamado Período dos Patriarcas, onde um líder maior tinha atribuições de caráter religioso, jurídico e militar. Ao longo desse período, temos uma fase de transição marcada pelo Êxodo para o Egito onde, fugindo de uma grande seca, essa civilização esteve sobre o domínio do Estado faraônico.
Depois de conseguirem se livrar da dominação egípcia, os hebreus se organizaram em diferentes tribos, sendo cada uma delas comandadas por um juiz. As situações de conflito estabelecidas com os outros povos da região palestina acabaram por viabilizar a formação de uma monarquia centralizada. A fragmentação dos hebreus em dois novos reinos (Judá e Israel) enfraqueceu militarmente os hebreus, que acabaram subordinados aos babilônicos e romanos.
Após a Diáspora ocorrida no ano 70, os hebreus acabaram se espalhando ao redor do mundo. Suas tradições religiosas acabaram sendo o grande traço cultural capaz de manter os valores desse povo arraigados. Somente na segunda metade do século XX, o movimento sionista judaico foi capaz de estabelecer um novo Estado judeu na região da Palestina. A volta dos judeus ao seu local de origem, ainda hoje, sustenta uma interminável guerra com os árabes que dominaram a região durante todo esse tempo.(Informações/Brasil Escola)
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