Nesta sexta-feira (9), a Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Participação Popular -Sedihpop – promove, na cidade de Imperatriz, mais uma edição do Projeto Diálogos Insurgentes, com o tema “Combate ao Trabalho Escravo: um desafio da atualidade”. O evento acontecerá no auditório do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA), das 14h às 17h e de 19h às 21h, aberto ao público.
Nesta edição, o Diálogos Insurgentes está sendo articulado entre a Supervisão de Educação em Direitos e a coordenação do Combate ao Tráfico de Pessoas e Trabalho Escravo em parceria com a Comissão para a Erradicação do Trabalho Escravo (Coetrae) e a Diretoria de Direitos Humanos e Núcleo de Estudos Afro-brasileira e Indígenas (Neabi) do IFMA.
O projeto visa ampliar o debate intersetorial e transversal de temas contemporâneos relacionados à cultura e educação em direitos humanos nos diversos espaços. Os Diálogos também tem se constituído em uma estratégia de envolver academia, escolas da educação básica, sociedade civil e poder público na reflexão sobre a realidade e formas de intervenção na garantia de direitos.
“Imperatriz foi escolhida estrategicamente para realização desta edição dos Diálogos por ser uma região de altos índices de trabalho escravo. Consideramos importante a sensibilização dos jovens para a educação em direitos humanos por também serem potenciais disseminadores da mudança dessa realidade no estado. A educação tem um papel imprescindível na formação do indivíduo uma vez se reconhecendo como cidadã ou cidadão ativo é capaz de mudar sua forma de pensar e intervir no mundo”, disse Ivana Braga, supervisora de Educação em Direitos Humanos.
Durante o dia, a programação contará com a participação do secretário da juventude Paulo Romão e a procuradora do trabalho Fernanda Furlaneto, integrantes da Coetrae. Um mediador realizará o diálogo com o público instigando a participação dos estudantes. À noite, haverá a exibição do filme “Tráfico Humano: escravidão moderna”, como atividade de culminância do tema em questão.
Trabalho escravo no Maranhão
A Coordenação de Ações para o Combate ao Tráfico de Pessoas e ao Trabalho Escravo da SEDIHPOP tem promovido diversas ações para mudar a realidade do Maranhão que está entre os estados campeões em situação de trabalho escravo. Segundo dados do Ministério Público do Trabalho, dos trabalhadores resgatados entre 2006 e 2015, 9.748 têm naturalidade do Maranhão (23,69% do total nacional, pela perspectiva da naturalidade) e 8.493 possuíam residência no Maranhão (20,64% do total nacional, pela perspectiva da residência).
Em 2016 foram realizadas no Maranhão quatro ações de fiscalização nos municípios de Açailândia, Parnarama, Brejo de Areia e Arame. Em sete estabelecimentos com atividades voltadas a pecuária onde 49 trabalhadores foram resgatados de condições análogas às de escravidão, o Governo também estabeleceu parceria, por meio da Secretaria de Educação (SEDUC), com a ONG Repórter Brasil para execução do Programa “Escravo nem pensar”; dentre os resultados alcançados estão ações em 62 municípios, 203 escolas, 4.911 professores, 84.357 alunos, e 41.105 pessoas da comunidade extraescolar em 7 Unidades regionais de educação (Açailândia, Balsas, Codó, Imperatriz, Santa Inês, São João dos Patos e São Luís), que concentram cerca de 86% dos casos de trabalhadores resgatados em situação de trabalho escravo entre 2003 e 2014.
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