A Prefeitura de Imperatriz perdeu às 10 horas dessa quinta-feira, 13, uma de suas mais importantes, dedicadas e experientes técnicas. Aos 67 anos de idade, a contabilista Maria Evangelista de Sousa, a popular Lia, apesar de uma luta que já durava quatro meses, não conseguiu vencer o câncer de pulmão que a levou à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital São Rafael, onde veio a óbito.
Natural de Catolé do Rocha, na Paraíba, Lia chegou ao Maranhão ainda muito jovem. Morou no município de São Domingos, mas foi em Imperatriz o local onde fez carreira e se tornou uma profissional, além de respeitada, bastante requisita; tanto que acabou sendo convidada em 1982 para integrar o primeiro escalão da gestão do então prefeito José de Ribamar Fiquene (1982-1988).
Profissional qualificada e sempre dedicada ao que fazia, Maria Evangelista não era concursada, mas tornou-se tão importante na estrutura do Governo Municipal que nenhum dos gestores, depois de Fiquene, quis dela prescindir. Era uma espécie de arquivo vivo dos números, convênios e contratos da Prefeitura. “Não gostava de anotar nada, mas tinha uma memória extraordinária”, relembram Ruth Pereira Moraes e Lúcia Lopes de Sousa, colegas de trabalho de Lia desde o primeiro dia em que ela começou a trabalhar na Prefeitura.
Além da Prefeitura, Lia prestou serviço, na área financeira, à extinta TV Educativa e também à TV Difusora. Na gestão do prefeito Madeira, tornou-se uma das principais colaboradoras do controlador geral do município, o economista Cândido Madeira. Lia comandava o Núcleo de Controle, Contratos e Convênios. “Perdemos nossos braços”, resumiu ontem o economista ao comentar a morte da colega.
Na Prefeitura, além do controlador, não há quem não lamente a morte da servidora. Virgínia Palhares, que mantinha contato diário com ela, assinala que, além de amiga, “a Lia era uma mulher batalhadora, com muita força de vontade. Não se entregava nunca”.
A essas características se juntavam, conforme a dona Ruth Pereira, a inteligência e a alegria. O ex-marido e sempre amigo, Antônio Benedito Barbosa, com quem Lia criou os filhos Fabrício (jornalista), Flávio (professor universitário), Fernanda e Fabiana (essas últimas advogadas), completa: “A Lia era determinada, companheira, amiga e acima de tudo uma grande mãe”.
O corpo de Lia está sendo velado na Rua Fortunato Bandeira, 742, entre as ruas Coriolano Milhomem e Y, na Nova Imperatriz.
“A Família perde um grande ser humano, a cidade também”, diz o prefeito Sebastião Madeira ao lamentar a morte da colaboradora
Assim como seus antecessores, o prefeito Sebastião Madeira, ao assumir o comando do Município, não quis abrir mão da capacidade de trabalho, da dedicação e memória da contabilista Maria Evangelista de Sousa, de quem se tornou amigo. No ano passado, pelos relevantes serviços prestados ao serviço público, ela recebeu, por ocasião das comemorações do aniversário da cidade, a Distinção Honrosa Orgulho da Gente.
Ontem, ao tomar conhecimento da morte de Lia, o prefeito declarou que lamentava o ocorrido e que tanto a família quanto a própria cidade perdem com a morte dela.
“A Lia, além de uma amiga, era uma figura exemplar e muito dedicada ao que fazia. Tanto que, embora já reunindo as condições legais para uma aposentadoria, optava por continuar a trabalhar. Estamos tristes, a cidade está mais triste hoje com a notícia”, comentou o prefeito, que no final da tarde emitiu nota de pesar. (Elson Araújo)