J. R. Guedes de Oliveira
Reverenciamos, condignamente, neste 16 de julho, o 165º. aniversário de Imperatriz, saudando este povo hospitaleiro e uma terra de avanços surpreendentes, em todos os setores das atividades humanas.
Imperatriz saboreia o toque da cultura, do progresso, da sua representatividade no contexto do Maranhão e do Brasil. Há uma sólida disposição de seus filhos em preservar a sua memória, buscar a tecnologia, criar dispositivos para que a sua população seja bem assistida, com a participação de todos, indistintamente.
A nós, como visitantes já calejados pelo tempo (e sempre nas festividades do SALIMP), cada vez mais ficamos surpreendidos com o desenvolvimento da cidade. Parece que a febre da inovação e do progresso se entranhou neste povo obreiro.
Mas a sua história é recheada de inusitados acontecimentos e que são contadas num opúsculo do saudoso escritor Adalberto Franklin, no seu “Breve História de Imperatriz”, lançado em 2006, pela sua própria editora, a Ética. Interessante, nesta obra, que o historiador da Academia Imperatrizense de Letras, relata em sua introdução de como a obra foi concebida. Diz, ele, que em menos de 20 dias, escreveu o livreto e lançou, já programado para tal intento, no III Feira Imperatrizense de Letras, realizada pela AI, que, alguns anos depois, se transformaria em SALIMP – Salão do Livro de Imperatriz. Hoje¸ para alegria e contentamento de todos, chega a 15ª. edição.
Contudo, a história, dos compêndios, assim registra o surgimento de Imperatriz:
“A fundação de Imperatriz se deu em 16 de julho de 1852, três anos depois da partida da expedição que saiu do porto de Belém, em 26 de junho de 1849. Frei Manuel Procópio do Coração de Leão, capelão da expedição, foi o fundador da povoação, que recebeu inicialmente o nome oficial de Povoação de Santa Teresa do Tocantins. Depois de quatro anos, em 27 de agosto de 1856, a lei nº. 398 criou a Vila de Imperatriz, nome dado em homenagem à imperatriz Teresa Cristina. Com o tempo, sua denominação foi sendo simplificada pela população, havendo documentos anteriores à Abolição em que a vila é mencionada simplesmente como Imperatriz”.
Para reforço destes acontecimentos, Adalberto Franklin, na obra acima citada, assim disse, textualmente:
“Foi exatamente a persistência do frei Manoel Procópio que manteve de pé sua missão e a existência da Colônia de São João do Araguaia, num período em que se reduziam as demais mantidas pelo governo do Pará, sobretudo depois da desanexação do Amazonas, ocorrida nesse período. Os caracatis, tremidos pelos navegantes do rio Tocantins e pelos vaqueiros e bandeirantes dos Pastos Bons, a quem fizeram estacionar além das margens do Farinha por quase 40 anos, renderam-se ao carmelita baiano. Submeteram-se ao aldeamento e direção do frei Manoel Procópio... Assim, no dia 16 de julho de 1852, quando o rio Tocantins se mostrava com todo seu esplendor, as praias e as margens se apresentavam exuberantes, frei Manoel Procópio aportou ao lado da confluência com o riacho Cacau, local que imaginou livre das águas durante o período invernoso. Com ele seguiam os colonos Juvenal Simões de Abreu e Zacarias Fernandes da Silva e suas famílias, além de quatro soldados, todos estes recrutados na Colônia de São João do Araguaia, da qual o religioso era capelão”.
Isso tudo é apenas o início do que é hoje Imperatriz. Toda uma história que se desenvolveu dentro do espírito de pioneirismo, tendo como foco principal este colossal rio Tocantins e as terras produtivas desta região. Tudo isso somado aos desbravadores que aqui aportaram e deram a sua parcela de contribuição à grandeza da cidade.
Ao situarmos, aqui, o frei Manoel Procópio e Adalberto Franklin – distantes datas de atuação (um, fazendo história e, outro, registrando esta história), mesmo que em sucinto artigo, homenageamos os 165 anos de profícuo desenvolvimento, parabenizando Imperatriz pela sua presença marcante no concerto dos municípios do Brasil.
Salve, Imperatriz, em sua data maior!
J. R. Guedes de Oliveira - Membro-Correspondente da Academia Imperatrizense de Letras
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