William Marinho
Nascida como a maioria das cidades nordestinas a beira das rodovias que foram cortando o país na década de 70, a cidade de Imperatriz, hoje aos 160 anos de existência e mais de duzentos e cinquenta mil habitantes continua mantendo a mesma formação desorganizada em seu trânsito e em suas ruas. Mesmo com um dos maiores terminais rodoviários do Estado, as pequenas agencias de passagens, embarques e desembarques de passageiros de ônibus intermunicipais e interestaduais continuam proliferando pelos bairros atendendo de acordo com o destino que o passageiro desejar. Atualmente, a cidade tem seis pequenos terminais de passageiros rodoviários que funcionam em condições precárias e sem oferecer segurança aos usuários. Estas agencias não tem alvará de funcionamento, autorização dos órgãos estaduais ou municipais para funcionarem como terminais de passageiros. Além de estarem localizadas em áreas comercial e de grande trânsito.
Os terminais de passageiros rodoviários que funcionam em Imperatriz, estão na rua Ceará com Fortunato Bandeira, que funcionam unicamente para os passageiros que seguem para as comunidades existentes ao longo da Estrada do Arroz, como Petrolina, São Félix e outros. Quatro vezes ao dia, os ônibus fazem este trajeto de 60 quilometros levando e trazendo trabalhadores, estudantes e produtores rurais para comercializarem suas produções e comprarem produtos para suas casas. No pequeno terminal que agora está sendo explorado pela concorrência das Vans, não ninguém falou com a reportagem com receio de perderem o local. Nem mesmo os passageiros quiseram falar ao O Progresso.
Na rua Maranhão, próximo ao Sesi, funcionam duas agências rodoviárias, uma a serviço da VBL (Viação Branca do Leste) que atende aos passageiros que viajam no trecho entre Imperatriz e Sitio Novo e Imperatriz a Amarante. No local, há bancos de madeira, restaurantes e nenhum extintor de incendio. O responsável pelo posto, também não quis falar com a reportagem preferindo afirmar que há linhas para toda esta região.
Além, quarenta metros funciona a agência da empresa Monte Hebrom, que atende os passageiros que moram e os que buscam ir ao interior do município de João Lisboa e Senador La Rocque. O agente informou que o fato de estarem localizados naquele local atende aos próprios passageiros que não tem condições de pagar táxis para se locomoverem para o Mercadinho. “Aqui eles estão perto do centro da cidade e se tivessem que se deslocar ao terminal rodoviário teriam que pagar táxis na ida e na volta, assim como as passagens dos ônibus que serão mais caras”, disse Francis Sousa.
A opinião dele é compartilhada pela senhora Sônia que mora no povoado Mussambê, em João Lisboa e que sempre vem para Imperatriz pelo ônibus e diz que o local agrada a ela e aos outros, pois economizam dinheiro dentro da cidade. “Moço, quando a gente chega aqui estamos pertinho do centro comercial e ainda do Mercadinho, onde podemos vender nossos produtos e fazer compras. Se mudar, estaremos no prejuízo”, disse.
Ainda no centro comercial do Mercadinho funciona a agência de passagens da Janjoy, que transporta passageiros para as cidades do Bico do Papagaio no Tocantins. A senhora que vende passagem não quis se identificar e apenas comentou que são vários ônibus fazendo este itinerário diariamente e que os passageiros gostam.
Além da falta de estrutura, as agências de passagens localizadas na área comercial, provocam com o embarque e desembarque congestionamento no trânsito em função de que os passageiros descem de todos os lados e formam-se longas filas de carro, especialmente no horário de pique.
Macaúba – Além destes terminais considerados clandestinos de passageiros, tem ainda um maior que se iniciou pelo antigo Pé de Macaúba - hoje terminal de Van- e agora funciona a duzentos metros do antigo local. O terminal chamado de Rodoviarinha, é para os ônibus de excursão. Diariamente mais de dez ônibus deixam o terminal levando passageiros para São Paulo e Goiânia, fazendo o retorno um dia ou dois dias depois.
Para o ex-presidente do Sindicato dos Motoristas de Imperatriz, Francisco Brito, a solução para acabar com estes pontos clandestinos seria a utilização do antigo terminal rodoviário. “Fiz esta proposta para todos os dirigentes destes ônibus, mais, nenhum deles toparam, também propus uma organização melhor, no entanto, não houve respostas e querem mesmo que fique do jeito que está”, afirmou.
Na “rodoviarinha”, além dos ônibus de excursão tem ainda agentes das empresas regularizada infiltrados e vendendo passagens para quem chega ao local. O passageiro então é levado em um veiculo até um local estabelecido para o onibus parar. Eles convivem pacificamente com os corretores das empresas que exploram os turismo. “Além de enfrentar os fiscais do DNIT, temos ainda os vendedores das empresas que veem aqui e vendem. Mesmo assim, se tiver que sair daqui, será ruim para nós e para os passageiros que pagarão mais caro”, declarou um corretor que preferiu não se identificar. Ainda na Quadra 602, uma empresa de turismo fez da sua garagem, ponto de venda de passagens, embarque e desembarque de passageiros para São Paulo.
Setram – Sabedor do problema, o secretário municipal de Transito de Imperatriz, Cabo J. Ribamar revelou que a sua pasta está preparando um grande projeto para implementar com vistas a regularizar a situação e que será colocado em prática ainda este ano.
“Estamos estudando este problema e pretendo ainda este ano colocar em prática. Já tomamos algumas medidas, por exemplo, retirar da Praça União as vans e levá-las para o setor da antiga rodoviária e em pouco tempo será a vez de trabalhar na organização dos ônibus intermunicipais e interestaduais”.
Cabo J. Ribamar não quis revelar o projeto, mais afirmou que este ano, “teremos uma revolução no transito de Imperatriz e todos os setores serão atingidos”.
Prejuízos – Para o administrador do Terminal Rodoviário Governador Jackson Lago, Ricardo Medeiros, as rodoviárias clandestinas causam grandes prejuízos para o funcionamento do terminal principal. “É preciso fiscalização e que as empresas sejam obrigadas a virem para o terminal, que hoje se tornou inviável financeiramente pois todos estão parando em outros locais e com isso, deixam de vir para cá”.
De acordo com ele, este problema foi informado a Secretaria de Infraestrutura do Estado e a prefeitura no sentido de que seja encontrado uma solução para o problema. Na semana passada durante visita do prefeito Madeira e do secretário Luis Fernando foi acertada a liberação da cobrança da taxa de estacionamento e o Estado fará a modernização do terminal ampliando a cobertura o que reduzirá o calor e a chuva no local. “São medidas que irão produzir resultados e com a fiscalização e exigência das empresas venderem passagens, embarcarem e desembarque no terminal irá melhorar e tornar viável economicamente o empreendimento”, previu.
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