Para combater o problema da dependência química no município, a Prefeitura de Imperatriz, por intermédio da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes), aderiu ao programa “Crack, é possível vencer”, desenvolvido em parceria com o Governo Federal.
“A ideia é atender pessoas que utilizam entorpecentes como o crack. O objetivo é ajudar esses dependentes químicos incentivando-os a fazer a adesão para sair do mundo das drogas”, explica a secretária Miriam Reis (Sedes), que ressalta a importância do projeto que beneficiará dezenas de pessoas em Imperatriz.
Sobre a relevância do projeto, Mirian chama a atenção para os efeitos do crack, uma forma menos pura da cocaína, que tem um poder infinitamente maior de gerar dependência, pois a fumaça chega ao cérebro com velocidade e potência extremas. “Além de se tornarem alvo de doenças pulmonares e circulatórias que podem levar à morte, os usuários se expõem à violência e a situações de perigo que também podem matá-los”.
Ela assinala que o programa atenderá usuários de crack, bem como realizará ações de prevenção para evitar, impedir, retardar, reduzir ou minimizar o uso abusivo e os prejuízos relacionados ao consumo de drogas. “Vamos implantar em nossa cidade o Centro Pop, núcleo que prestará atendimento e encaminhamento aos dependentes químicos que desejarem abandonar o vício das drogas em Imperatriz”, ressalta.
A secretária reitera que o município disponibilizará condições de atendimento aos usuários que intencionam deixar o mundo das drogas, principalmente os dependentes químicos do crack e da cocaína. “Esse núcleo (Centro Dia) ficará aberto o dia inteiro à disposição do usuário, que receberá um kit de higiene pessoal, depois receberá um lanche e descansará. Em seguida, será encaminhado para atendimento por uma equipe multidisciplinar para que ele (usuário) decida abandonar o crack”, frisa.
Miriam Reis assegurou que o usuário que optar por largar a droga será encaminhado para uma unidade de acolhimento, onde ficará internado e receberá atendimento psicológico e, se necessário, medicamentos para ajudá-lo a abandonar o vício. (Ascom)

Alerta: consequência do crack para a saúde

Intoxicação pelo metal
O usuário aquece a lata de refrigerante para inalar o crack. Além do vapor da droga, ele aspira o alumínio, que se desprende com facilidade da lata aquecida. O metal se espalha pela corrente sanguínea e provoca danos ao cérebro, aos pulmões, rins e ossos.

Fome e sono
O organismo passa a funcionar em função da droga. O dependente quase não come ou dorme. Ocorre um processo rápido de emagrecimento. Os casos de desnutrição são comuns. A dependência também se reflete em ausência de hábitos básicos de higiene e cuidados com a aparência.

Pulmões
A fumaça do crack gera lesão nos pulmões, levando a disfunções. Como já há um processo de emagrecimento, os dependentes ficam vulneráveis a doenças como pneumonia e tuberculose. Também há evidências de que o crack causa problemas respiratórios agudos, incluindo tosse, falta de ar e dores fortes no peito.

Coração
A liberação de dopamina faz o usuário de crack ficar mais agitado, o que leva a aumento da presença de adrenalina no organismo. A consequência é o aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial. Problemas cardiovasculares, como infarto, podem ocorrer.

Ossos e músculos
O uso crônico da droga pode levar à degeneração irreversível dos músculos esqueléticos, chamada rabdomiólise.

Sistema neurológico
Oscilações de humor: o crack provoca lesões no cérebro, causando perda de função de neurônios. Isso resulta em deficiências de memória e de concentração, oscilações de humor, baixo limite para frustração e dificuldade de ter relacionamentos afetivos. O tratamento permite reverter parte dos danos, mas às vezes o quadro é irreversível.
Prejuízo cognitivo: Pode ser grave e rápido. Há casos de pacientes com seis meses de dependência que apresentavam QI equivalente a 100, dentro da média. Num teste refeito um ano depois, o QI havia baixado para 80.
Doenças psiquiátricas: Em razão da ação no cérebro, quadros psiquiátricos mais graves também podem ocorrer, como psicoses, paranoia, alucinações e delírios.

Sexo
O desejo sexual diminui. Os homens têm dificuldade para conseguir ereção.
Há pesquisas que associam o uso do crack a uma maior suscetibilidade a doenças sexualmente transmissíveis, em razão do comportamento promíscuo que os usuários adotam.

Morte
Pacientes podem morrer de doenças cardiovasculares (derrame e infarto) e relacionadas ao enfraquecimento do organismo (tuberculose).
A causa mais comum de óbito é a exposição à violência e a situações de perigo, por causa do envolvimento com traficantes, por exemplo.