O FESTIAFRO é um entrelaçamento entre as linguagens artísticas, onde a Lei 10.639/2003 é abordada a partir da pesquisa histórica, da literatura e do teatro negro, que são utilizados como ferramentas de uma educação antirracista. O mesmo é realizado pela Unidade Regional de Educação de Imperatriz (UREI), através da Coordenação de Educação da Igualdade Racial de Imperatriz (CEIRI), com apoio do Centro de Cultura Negro Cosme e a valiosa parceria das escolas estaduais pertencentes à regional de Imperatriz/MA. O festival é realizado em três momentos distintos, sendo divididos:
1ª etapa: De caráter classificatório - Realizado nas escolas para preparação e classificação dos/as estudantes/intérpretes, representantes de cada instituição; no período de: 01 a 27 ago / 2012.
2ª etapa: De caráter eliminatório - Pré-seleção dos melhores trabalhos. Aconteceu no dia 21 de setembro de 2012. Academia Imperatrizense de Letras. 19h.
3ª etapa: Apresentação final, dia 27 de setembro de 2012, onde foram escolhidos e premiados os vencedores (1º, 2º e 3º colocados pelo júri oficial e mais 01 (um) primeiro lugar, por aclamação popular). Teatro Ferreira Gullar - 19h.
Na noite do dia 21 de setembro, na Academia Imperatrizense de Letras, aconteceu a 2ª etapa do III FESTIAFRO, onde dos 21 trabalhos inscritos e 14 escolas participantes, aproximadamente 70 estudantes/intérpretes disputaram vagas para a final do Festival.
Lista de escolas estaduais participantes do III FESTIAFRO/2012
CE CAMINHO DO FUTURO
CE CASTELO BRANCO
CE EDISON LOBÃO
CE ESTADO DE GOIÁS
CE NEWTON BARJONAS LOBÃO - CAIC
CE URBANO ROCHA
CE NASCIMENTO DE MORAES
CE GOVERNADOR ARCHER
COLÉGIO MILITAR TIRADENTES
CE GRAÇA ARANHA
CE JOVENS E ADULTOS
CE PEDRO FERREIRA DE ALENCAR
CE RAIMUNDO SOARES DA CUNHA
CE VESPASIANO RAMOS
O júri do festival é composto por personalidades ligadas à cultura, literatura, teatro, educação e artes em geral. A Comissão Julgadora selecionou (dia 21/set) 16 trabalhos finalistas, através dos seguintes critérios: I - interpretação; II - criatividade; III - figurino; IV - originalidade; VI - voz; VII - domínio de palco; VIII - expressão corporal.
A Academia de Letras esteve lotado, na noite do dia 21/set/2012. A presença da comunidade escolar e em geral foi significativa, onde estudantes estimulados pelos educadores e dirigidos por Eró Cunha, membro da CEIRI, atriz e acadêmica do curso de teatro da UFMA, fizeram uma bela festa de interpretação teatral. Nesta edição do III FESTIAFRO a literatura e o teatro negro foram mais pesquisados e analisados dentro dos espaços escolares, visto que os textos defendidos pelos estudantes são de gêneros e autores diversificados. Entre eles, os poetas africanos e afro-brasileiros que mais se destacaram foram: Rui Knopfli (Poema: Naturalidade); Mel Adún ( poema: Poema: Quantas tantas); Cristiane Sobral (Poemas: Mestiço camaleão, Como o verbo na carne e Espelhos tortos); Conceição Evaristo (Poema: Vozes Mulheres); Carlos Assunção (Poema: Linhagem); Noemia de Sousa (Poema: Súplica); Júlio de Agonjú (Poema: Preto velho); Luisa Aguilar (Conto: Orelhas de Mariposa); Dina Salustio (Poema: Éramos tu e eu); Cuti (Poema: Teses); Francisco Coutinho Filho (Poema: Elogios ao homem negro); Solano Trindade (Poema: Conversa); Castro Alves (Poema: Saudação a Palmares) e Nelson Rodrigues (releitura de "Anjos negros").
A consistência do trabalho realizado pela CEIRI, com a literatura e teatro negro, nas escolas estaduais é fator preponderante na riqueza cultural das atividades desenvolvidas pelos educadores. Resultado disso é a maturidade interpretativa demonstrada pelos estudantes/intérpretes durante a fase eliminatória. É importante ressaltar que os participantes do FESTIAFRO são, em grande maioria, provenientes de bairros periféricos de Imperatriz, sem acesso a espaços culturais, tais como teatro, cinema, academia de letras.
Esse festival, dentre outras funções, visa propiciar aos estudantes tornarem-se protagonistas na arte teatral, além de fomentar a criação de plateia para o teatro. Faz-se necessário ressaltar a importante contribuição dos parceiros e colaboradores nesta empreitada contra a intolerância e o preconceito racial, não só neste festival, mas durante todo o ano os mesmos têm colaborado. O FESTIAFRO não tem fins lucrativos, no entanto possui relevantes custos, que são bancados pelo estado, empresariado local, dentre eles escolas públicas estaduais, Centro de Cultura Negra "Negro Cosme", Armazém Paraíba, Loja Sorriso, Tok Bolsas, Loja A Renovar, UESI (União dos Estudantes Secundaristas de Imperatriz), FCI, AIL, Neudson Claudino, Marcelo Aquino (Romy Placas). O evento está sendo bem divulgado graças à mídia local (escrita, televisiva, blogs e rádios). Eró Cunha - Equipe CEIRI
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