Aconteceu na última quarta-feira, 06, o início da programação do II Fórum de Iniciação Científica em Medicina - FICMED, no polo Avançado Bom Jesus, campus Imperatriz. Com o tema "As ciências médicas e o enfrentamento das doenças tropicais", o evento é promovido pelo curso de Medicina e possui o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema). Este ano, o fórum conta com a participação de 359 inscritos.
Para a coordenadora geral da segunda edição do FICMED, Luecya Alves de Carvalho Silva, vive-se em uma região com uma taxa significativa das doenças consideradas negligenciadas. A malária, a hanseníase e a leishmaniose estão nesta categoria de enfermidades ignoradas pelas autoridades competentes e as mesmas apresentam complicações no tratamento dos pacientes acometidos.
"Optamos por discutir esse assunto devido a alta prevalência dessas patologias específicas em nossa região. Ao debater esse tema com os nossos alunos e com os profissionais que atuam na área, esperamos contribuir do ponto de vista científico para o tratamento e prevenção", afirma a coordenadora.
O primeiro dia do FICMED contou com apresentações de trabalhos na Modalidade Pôster, cerimônia de abertura e palestra inicial, ministrada pelo médico infectologista e também Prof. Dr. Jackson Maurício Costa, da Fiocruz.
Na primeira conferência, intitulada "Panorama atual de Leishmaniose no Maranhão", foi debatida importância de se evidenciar as pesquisas, perspectivas e tratamentos para as doenças ditas como negligenciadas.
"Apesar de a leishmaniose possuir altos índices, pouco se investe no panorama das investigações científicas a respeito. É uma doença endêmica do Brasil, e a que mais mata no Maranhão", explica Jackson.
Na palestra, o médico pesquisador trouxe o levantamento da incidência de casos da doença no Estado em 10 anos de monitoramento, com aproximadamente 6 mil pacientes. O foco foi as análises preliminares do cadastro de pacientes envolvidos e os óbitos ocorridos.
"É uma doença que realmente mata. Se não há o diagnóstico e tratamento correto, o paciente acaba por morrer. Principalmente crianças menores de 1 ano e adultos com idade superior a 50 anos", completa o pesquisador.

Apresentação de trabalhos
No que tange às produções científicas submetidas ao II FICMED, foram 263 trabalhos enviados, os quais 238 foram aprovados para apresentação oral ou pôster. O saldo desse ano é bem maior em comparação à primeira edição do fórum, segundo a coordenadora geral Luecya.
A estudante do quinto período do curso de Fisioterapia em uma faculdade particular da cidade, Thalita de Sousa Pereira, apresentou no evento sua pesquisa na modalidade pôster. Apesar de já ter participado de outros eventos científicos na região, é a primeira vez que participa do FICMED, achou gratificante ter seu trabalho, que é um relato de caso a respeito da Fratura de Colles e a intervenção terapêutica, aceito para ser apresentado.
"É gratificante mostrar o resultado de minha pesquisa para outras pessoas. É uma troca de conhecimento entre os acadêmicos que participam", afirma Thalita.
O II Fórum de Iniciação Científica em Medicina segue até esta sexta-feira, 8, com programação de apresentações de trabalhos, mesas redondas, minicursos e palestras. (Ascom UFMA Imperatriz)