Hemerson Pinto
Ela não fala, não tem identificação e depende de uma cadeira de rodas. A mulher, que aparenta ter aproximadamente 70 anos de idade, tem cabelos brancos, olhos atentos e gesticula para quem se aproxima, na tentativa de se comunicar. A idosa foi levada à missa das 17h do último sábado, na paróquia São Francisco, Praça Brasil. A celebração terminou e, duas horas depois, ela permanecia no mesmo local.
A cadeira de rodas é nova e as pessoas que a encontraram na igreja afirmam que a mulher estava limpa, bem vestida e perfumada. O vigilante que cumpria plantão naquele dia conta que percebeu alguém entrando no pátio da paróquia empurrando a cadeirante. “Mas eu estava auxiliando os condutores no estacionamento e não prestei atenção nas características da pessoa, e nunca imaginei que isso fosse acontecer”, comenta.
Após a missa das 19h, os religiosos perceberam que a idosa não foi deixada ali por esquecimento. “Chegamos a imaginar e torcer para que alguém viesse buscá-la a qualquer instante, que poderia ter deixado ela na missa, saído para retornar ao final e ter perdido a hora, mas infelizmente não foi assim”, lembra o Frei João Franco.
A única solução foi registrar ocorrência no Plantão Central e levar o caso à imprensa. Em seguida, as pessoas que a encontraram na igreja a levaram para a Casa da Acolhida, bairro Bacuri, uma residência da igreja católica que oferece abrigo a pessoas de outras cidades que acompanham pacientes de UTIs em Imperatriz.
Na manhã de segunda-feira, após o banho e o café, a idosa acompanhou a missa transmitida pela TV e rezou na capela com um grupo de mulheres. “Ela é lúcida, ouve, sabe confirmar com a cabeça, mas não fala. Não é agitada, come normalmente e está sempre alegre”, diz a coordenadora do abrigo, Carmosina Alves.
Frei João Franco informou que se até o início da noite de ontem a idosa não fosse procurada, poderia ser encaminhada ao Lar São Francisco de Assis.
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