Referência para dez, entre dez pacientes da região que precisam do atendimento de média, alta e às vezes até de baixa complexidade, o Hospital Municipal de Imperatriz, o Socorrão, esta semana teve os seus 400 leitos, incluindo as Unidades de Terapia Intensiva (UTI), todos ocupados, o que não ocorria, conforme o diretor geral do hospital, Alisson Mota, há muito tempo.

"O número de pacientes aqui no hospital sempre foi grande, no entanto há algum tempo não tínhamos a lotação esgotada", disse o médico com ar de preocupação.
A preocupação de Alisson Mota com a "lotação" do municipal não é à toa, uma vez que isso implica numa série de dificuldades e demandas, principalmente financeiras. "Há muito ultrapassamos nosso limite de gastos com a saúde. A situação só não é mais crítica graças ao prefeito Madeira e à secretária Conceição Madeira, que não têm medido esforços para manter o sistema em funcionamento".
De fato, em recente entrevista, o prefeito Sebastião Madeira declarou à imprensa que os recursos repassados pelo Governo Federal para o custeio do atendimento médico pelo SUS há muito se tornaram insuficientes para atender à demanda, que não é mais local, mas sim macrorregional. "Para completar o custeio da máquina temos que recorrer, sacrificando outros setores da gestão, todos os meses ao Tesouro Municipal", revelou o prefeito.
Tanto o prefeito quanto o diretor do Socorrão apresentam um único diagnóstico para a superlotação do Socorrão: a quebra do sistema de saúde brasileiro com implicações diretas, principalmente nos pequenos municípios que, impossibilitados de atender à demanda de pacientes, praticamente fecharam suas unidades de saúde.
No caso da região, sendo o Hospital Municipal de Imperatriz o único de referência num raio de 500 quilômetros, a demanda reprimida termina por desaguar toda nele. "Mais de 80% dos pacientes que são atendidos no municipal são de outros municípios", informa a secretária municipal de Saúde, Conceição Madeira.
O diretor administrativo do Socorrão, Ricardo Matos, informou que mesmo com toda a dificuldade, todo o esforço da direção e dos cerca de 600 funcionários do hospital, tem sido de atender com o máximo de presteza quem chega ali, não importa de onde.
"Por vezes nos deparamos com algum tipo de incompreensão e intolerância, mas já adquirimos inteligência emocional suficiente para encarar nos corredores do hospital as situações mais adversas", asseverou o diretor geral Alison Mota.
Eficiência - Para o prefeito Sebastião Madeira, manter o sistema de saúde de Imperatriz em funcionamento, enquanto no País inteiro, incluindo os grandes centros,  alguns já entraram em colapso, não tem sido fácil, contudo a situação é enfrentada dia a dia, mês a mês, ano a ano. "O importante é que a população continua sendo assistida", disse.
Recurso - As demandas do Socorrão poderiam ser enfrentadas com o aumento do teto financeiro disponibilizado mensalmente pelo Ministério da Saúde, praticamente o mesmo valor de seis anos atrás, quando o número de atendimento não chegava a oito mil por mês. Hoje, revela a secretária Conceição Madeira, esse número já superou a casa dos 18 mil atendimentos.
A médio ou a longo prazo, a expectativa da secretária Conceição Madeira é de que a pressão {demanda} sobre o Socorrão diminua depois da inauguração do hospital de alta complexidade que o Governo do Estado constrói atualmente na Pedro Neiva de Santana. [ASCOM]