Em agosto do ano passado, em reunião mantida com representantes da Vale Logística em Imperatriz e dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias do Maranhão, Pará e Tocantins - STEFEM, o diretor conselheiro da Fundação Rio Tocantins, Domingos Cezar, quis saber quem se encontra administrando o Horto Florestal Arara Azul, da Valec, situado a cerca de 10 quilômetros do centro da cidade.
Há mais de três anos, a empresa Valec praticamente abandonou o Horto Florestal retirando todos os animais silvestres que ali se encontravam e os transferiram para a Superintendência do Ibama, em São Luís. Com a retirada dos animais, os trabalhadores que replantavam árvores diversas para ser distribuídas para a comunidade através de suas entidades também foram dispensados.
Domingos Cezar, que é ambientalista, diretor da Fundação Rio Tocantins e do Conselho Municipal do Meio Ambiente - COMMAM, esteve visitando a área administrativa do Horto, aonde pôde constatar o abandono do prédio e também do canteiro produtor das mudas. A estrada também encontra-se abandonada com o mato tomando conta da vicinal e da lagoa existente.
A informação que o ambientalista tem é de que caçadores exploram os cerca de 57 alqueires de florestas aonde habitam espécies como tatu, cutia, peba, macaco, capivara, entre outras espécies de nossa flora. Para completar essa situação calamitosa, foi construído um conjunto habitacional ao lado do Horto Florestal, que não possui um guarda para fiscalizá-lo e inibir a caça predatória dos animais silvestres.
Na sede da Vale, no Rio de Janeiro, o jornalista e ambientalista aproveitou sua permanência de trabalho para pedir informações acerca de quem vai administrar, cuidar, zelar, fiscalizar o Horto Florestal Arara Azul, porém não recebeu nenhuma informação. Até o momento, o prédio, bem como o canteiro de mudas, permanece abandonado e os caçadores continuam dizimando os poucos animais silvestres que ainda povoam o Horto Florestal.
Esta semana, o diretor da Fundação Rio Tocantins, cuja entidade já se propôs a administrar o Horto Florestal dada a sua responsabilidade e capacidade, recebeu a informação que a empresa Valec vai passar essa responsabilidade para a Prefeitura de Imperatriz, por intermédio da Secretaria de Planejamento Urbano e Meio Ambiente - Sepluma.
De posse dessa informação, o jornalista/ambientalista procurou o engenheiro/advogado Richard Seba Caldas para confirmar, ou não, a informação, porém não conseguiu a entrevista com o titular da Secretaria Municipal de Planejamento Urbano e Meio Ambiente. Para Domingos Cezar, a administração do Horto Florestal pela Sepluma pode salvar a floresta e os animais silvestres que sobreviveram.
"Além do mais, o Horto Florestal é o local mais adequado que temos para realizar aulas de gestão ambiental em plena floresta, além de ser o local ideal para pesquisas das universidades", afirma Domingos Cezar, ressaltando que salvar o Horto Florestal é um dever não apenas da Prefeitura, da Fundação Rio Tocantins, do Conselho Municipal de Meio Ambiente, mas de todas as instituições e de toda a comunidade. (Assessoria)
Publicado em Cidade na Edição Nº 14899
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