Valdir Braga, em pé, discursa em homenagem ao irmão Ulisses

Domingos Cezar

A Academia Imperatrizense de Letras (AIL) realizou em sua sessão da última quinta-feira (9) uma justa homenagem ao advogado, escritor e acadêmico Ulisses Azevedo Braga, pela passagem de seu primeiro ano de falecimento. A solenidade contou com as presenças dos dois acadêmicos filhos e residentes em Carolina: o decano da Academia, Osmar Valcácer, e Valdir Braga, irmão de Ulisses.
Ao fazer a abertura oficial da sessão solene, a presidente Edna Ventura passou a condução dos trabalhos ao acadêmico Domingos Cezar, o qual, inicialmente, saudou a todos os presentes, mas de maneira especial o autor do livro “Lutas, fracassos e vitórias”, José Matos Vieira, fundador do jornal “O Progresso”. O poeta Itaerço Bezerra fez o momento de poesia declamando um poema que trata da vida.
As saudações começaram com o acadêmico Agostinho Noleto, colega de profissão e conterrâneo de Ulisses Braga. Ele fez questão de destacar a importância de Braga para a Academia, da qual foi um dos fundadores. Para Noleto, a palavra e o posicionamento de Ulisses se faziam respeitar por todos os confrades. Lembrou que essa liderança foi determinante para a eclosão da “Revolução de Janeiro”.
Por sua vez, em discurso brilhante, o também advogado Sálvio Dino comparou Ulisses Braga com um grande e frondoso Jequitibá, que só foi valorizado e reconhecido depois que foi tombado. “Ulisses Braga foi um dos mais combativos advogados que por aqui passou, vibrante e corajoso na defesa dos seus ideais e na honrosa luta em defesa dos mais fracos e necessitados”, observou Dino.
O carolinense Valcácer, que muito conviveu com Ulisses, lembrou ter sido ele o responsável por seu ingresso na Academia Imperatrizense de Letras. Falou da amizade que sempre os uniu, destacando ainda a luta política do homenageado, bem como seu amor em defesa da natureza. Para Valcácer, o amigo foi o grande comandante da “Revolução de Janeiro”, em Imperatriz, e que estas mudanças políticas devem ser creditadas a ele.
Emocionado, o irmão e confrade Valdir Braga falou da infância e juventude de ambos, quando deixaram a pacata Carolina para enfrentar a vida no Rio de Janeiro. De acordo com Valdir, ele se surpreendia com a inteligência do irmão, que foi galgando posições na vida profissional e estudantil, formando-se em Direito e transformando-se num dos mais combativos advogados.
Valdir Braga afirmou ter se afastado um pouco do irmão por não aceitar seu conselho para abandonar a luta que culminou com a “Revolução de Janeiro”. “Tinha medo que matassem ele”, confessou Braga, ressaltando que, “mesmo diante dessa possibilidade, ele com a coragem que lhe era peculiar conseguiu fazer o movimento que derrubou da prefeitura um prefeito corrupto e começando uma nova era”.
Homenagens póstumas – A diretoria da AIL, na primeira reunião de trabalho este ano, decidiu homenagear a todos os demais acadêmicos falecidos na segunda quinta-feira do mês de maio. Faleceram e serão homenageados: Ulisses de Azevedo Braga, José de Ribamar Fiquene, Jurivê de Macedo, Benedito Batista Pereira, Edelvira Marques, Vito Milesi, Valdemar Gomes Pereira, Sebastião Negreiros e Alfredo Maranhão.