Jorge Matsuda, durante visita a O PROGRESSO - Crédito: Arquivo/O PROGRESSO

Lembro-me nitidamente, como se fosse hoje, dos momentos que antecederam a entrevista que faria com o empresário Jorge Matsuda, presidente do Grupo Comércio e Indústria Matsuda e Exportadora Ltda., durante visita que ele fez a nossa Redação, conversando com diretores de O PROGRESSO, horas antes da inauguração do moderno Complexo Industrial de Suplemento Mineral da Matsuda em Imperatriz.

Na noite de quarta-feira, 1º de janeiro de 2020, Jorge Matsuda morreu. Deixou, porém, além de um forte legado, a marca dos grandes empreendedores, de homens que fizeram a diferença. 
Homem determinado, Jorge Matsuda tratou a todos com cortesia, conhecendo a estrutura do nosso jornal, já funcionando em suas novas instalações, na rua Amazonas, 55, Centro.
Na edição deste fim de semana de O PROGRESSO, relembro trechos da reportagem que ele me concedeu.

A seguir, trechos da reportagem:
 Presente há mais de 30 anos no Brasil e na região tocantina, principalmente em Imperatriz, a Matsuda, por confiar no potencial da pecuária e dos agronegócios do Tocantins maranhense, na noite de segunda-feira, 25 de março de 2013, realizava a solenidade de inauguração do Complexo Industrial de Suplemento Mineral de Imperatriz, construído no quilômetro 261 da Rodovia Belém-Brasília (BR-010), no Distrito Lagoa Verde. 
A Matsuda começou a atuar na região por meio da comercialização das sementes que fabricava, nos distantes anos de abertura das matas para a formação de fazendas, por pioneiros, vindos da Bahia, de Minas Gerais, do Espírito Santo e de Goiás. 
"Toda a nossa história aqui começou com as vendas, pois a preferência era para sementes de excelente qualidade. Foi aí que surgiram as sementes de panico, que são as sementes de colonião, de brachiaria e de outras variedades, também lançadas pela Matsuda, como a MG 5 Vitória, Brizanta, em 1979", destacara. 
O começo da história do Grupo Matsuda está efetivamente ligado à agropecuária, tendo, durante muitos anos, uma atuação destacada no setor, ganhando prestígio e reconhecimento, o que resultou, obviamente, no aumento do seu mix de atividades, rumando para outras áreas dos agronegócios. 
"Nossa meta foi em busca do aperfeiçoamento dos agronegócios, ou seja, encontrar o que o produtor busca de melhor: semente para formar pastagem, um bom sal mineral, para o rebanho entrar no sio em tempo, resultando em maior produtividade e engorda, mais rapidamente", frisara.
A Matsuda foi mais longe. Hoje, o grupo fabrica equipamentos para plantio, para guardar cilagem, aditivo para guardar cilagem, sempre primando por qualidade. Ainda no segmento dos agronegócios, buscando verticalizar seus negócios, começou a atuar na fabricação de produtos veterinários, indo de encontro à premissa de garantir saúde animal nos pastos dos produtores que adquirem os seus produtos. "Todo o trabalho, visando eliminar germes e outras doenças que aparecem nos rebanhos", ponderou.
Ainda no que diz respeito ao segmento, a Matsuda implementou o Serviço de Assistência Técnica, que é direcionado ao esclarecimento de como fazer uso da melhor forma possível dos produtos fabricados pelo grupo, baixando custos e gerando um resultado além do esperado para o pecuarista. "Entramos com a parte de orientação técnica em nível de campo", disse.
Atender bem a sua clientela também sempre foi preocupação do Grupo Matsuda e, buscando assistir eficientemente os clientes que estão na fronteira da zona pecuária de modo geral, não mediu esforços para desenvolver e por em execução programas que garantam a chegada de seus produtos até ao homem do campo.
Visionário e sempre acreditando no Brasil, o empresário Jorge Matsuda continuou a estudar novos meios de atuação de suas empresas em prol do fortalecimento da pecuária e dos agronegócios no território nacional, aumentando a gama do seu leque de trabalho.
A novidade agora e, cujos primeiros resultados já surpreendem, inclusive o público consumidor, foi a decisão de Jorge Matsuda explorar a área pet, ou seja, o grupo por ele presidido entrou no mercado em que o Brasil é, hoje, o terceiro lugar, só perdendo para os Estados Unidos e o Japão. São muitos os fabricantes de produtos e comidas para animais, principalmente cães e gatos. "Estamos fabricando também rações para peixes".
Fundado em 1948, o Grupo Matsuda atua em Imperatriz desde 2004. O setor rural regional prestigiou a chegada deste importante complexo industrial ligado aos agronegócios, buscando atender a uma significativa clientela, formada, notadamente, pelos estados do Maranhão, do Pará, do Tocantins e do Piauí.
Em Imperatriz, a Matsuda fez um investimento de R$ 15 milhões. A nova unidade do grupo conta com diversas fases da área industrial, já sendo inaugurada com uma capacidade média de produção de 11 toneladas por mês. 
Todo o trabalho, será desenvolvido em dois turnos, equivalendo a uma significativa movimentação, ocupando diretamente 80 funcionários e indiretamente 300 pessoas. "Com o passar dos anos, vai acontecer o aumento das indústrias e, a partir de então, serão 300 funcionários diretos", anunciava Jorge Matsuda.