Por Raimundo Primeiro

Logo mais, a partir das 19h, o Projeto "Som e Arte", na Praça da Cultura (Centro), com Washington Brasil e "Mama África". A ação acontece em frente ao Centro de Artesanato e da Academia Imperatrizense de Letras (AIL), animando o público que passar pelo local nas primeiras horas da noite desta sexta-feira. Participações especiais, entre outros, de Raimundo Valença e Pedro Bispo. 
Um encontro, portanto, com o melhor das músicas brasileira e regionais. Os artistas são feras, "pratas da casa" talentosos, cujas performances já atraíram pessoas daqui e de outros recantos do Brasil. 
O vereador José Carlos Soares Barros, incentivador da cultura, confirma presença, valorizando os artistas e as boas músicas do nosso cancioneiro. "Um evento imperdível, que coloca em alta a nossa música, os nossos artistas", observa.
Washington Brasil - Washington Brasil já percorreu diversas regiões, participando e vencendo festivais musicais. Durante alguns anos, morou no interior de São Paulo. Lá, desenvolveu projetos e consolidou parcerias. 
Nascido em Imperatriz (MA), mas tendo passado a infância em Cidelândia (MA), Washington Brasil esteve ausente da cidade por 12 anos, residindo em Campinas (SP), mostrando trabalhos seus e buscando fortalecer o talento regional em outras plagas. E conseguiu, participando de festivais e shows, os quais foram sucesso de público e crítica. Na cidade paulista, cantou em bares e boates, interpretando canções de renomados artistas nordestinos, entre eles, Geraldo Azevedo, Raimundo Fagner, Zé Geraldo, Belchior, Ednardo e Elomar. 
Profissionalmente, o cantor surgiu após participar do 12º Festival Aberto Bico do Papagaio (Fabip), no Norte do Tocantins, ganhando projeção com a música "Das dores do coração", captando o que nele flui de brejeiro, místico e, sobretudo, humano, por meio da vivência sertaneja do tempo em que residiu no interior, sempre, porém, com "sonhos urbanos". Também venceu importantes festivais das regiões Sul e Sudoeste, com a música "Simbora", consolidando ainda mais seu nome no cenário artístico nacional. 
Durante o tempo que morou em Campinas, conseguiu produzir três discos independentes, com músicas autorais. À reportagem de O PROGRESSO, Washington Brasil reafirmou ter aproveitado o período para promover a divulgação "das nossas coisas, dos nossos artistas, da nossa música". 
É indefectível que a música de Washington Brasil tem se caracterizado, desde o momento que ele surgiu no cenário artístico, com forte apelo para os ritmos e temas regionais, seguindo um curso natural, firmando-se como um dos mais autênticos representantes e defensores do cancioneiro regional, fazendo enaltecer a Música Regional Maranhense (MRM), sem jamais esquecer de suas raízes, "minhas origens, minha identidade", conforme pondera. Tem ligação forte, intrínseca, com a MPB (Música Popular Brasileira). 
Não tem se esquivado - ou como ele mesmo pondera, sempre que é interrogado - "mantenho-me como um mourão firme, uma ponte na fronteira tênue entre a cidade e o campo", enfatizando, a propósito, sua fala rítmica de acentuada pronúncia brasileira, com a simplicidade que lhe é peculiar. 
Versátil, atuando camaleonicamente, Washington produziu o segundo cd sob o título "Filhos do Tempo", abordando apropriadamente temas relacionados a política, a assuntos sociais e ambientais, com a natureza em predominância. 
"Ritmos que influenciaram minha carreira, caso das cantorias, estilos do Nordeste, que vão do forró pé de serra, passando pelo xote, xaxado, indo até ao baião, perpassando por sons maranhenses, inclusive o reggae", conclui. 
Pessoal, principalmente os amantes da boa música, um motivo a mais para não ficar em casa nesta sexta-feira. Assistindo artistas daqui, cantando para nós, em meio ao inspirador clima da Praça da Cultura, já nas proximidades da região da Beira-Rio.