O excelente trabalho realizado pela equipe do Centro de Referência em Dermatologia Sanitária de Imperatriz desde que foi implantado o projeto de Redução e Controle da Hanseníase vem sendo destaque nas avaliações dos resultados obtidos e nas ações realizadas pelo município. Na apresentação dos números feita esta semana ao prefeito Madeira e à secretária de Saúde, Conceição Madeira, Isabela Goulart, coordenadora do Centro de Referência Nacional em Hanseníase da Universidade Federal de Uberlândia, destacou que Imperatriz teve uma queda de 54,4% na detecção geral de novos casos de hanseníase no município.
Além disso, Isabela Goulart apresentou, por meio de gráficos, os dados estatísticos do estudo que comprova, segundo ela, que houve uma redução de 63,42% na detecção de novos casos em menores de 15 anos. "O investimento da secretaria na questão da equipe do projeto, da qualificação da equipe, está fazendo com que Imperatriz mostre redução na detecção. E a detecção de novos casos em menores de 15 anos demonstra que nós estamos tratando os adultos para que essas crianças não adoeçam. Imperatriz é um município que está dando exemplo ao país no sentido de realmente botar a mão na massa, de refrear essa infecção que é tão grave, tão incapacitante", ressaltou a coordenadora nacional.
Ela acrescentou ainda que o projeto está indo muito bem e está dando super certo, porque "nós tivemos todo o apoio da gestão municipal que investiu na contratação de pessoal e qualificação da equipe de referência. Antes não tínhamos uma referência municipal para dar suporte à rede das Equipes da Saúde da Família para uma melhoria na qualidade do diagnóstico da hanseníase e no controle de contatos domiciliares, que é o principal grupo de risco de adoecer, uma vez que não temos prevenção primária da hanseníase, que seria a vacina específica contra o bacilo que causa a doença".
Para Conceição Madeira, isso representa a eficiência do método adotado desde quando foi implantado o projeto há quatro anos no município. "Essa parceria entre Prefeitura Municipal de Imperatriz e o Centro de Referência Nacional em Hanseníase da Universidade Federal de Uberlândia veio para fortalecer nosso trabalho no combate a esta doença; por isso, daremos o apoio que for necessário para que todas as ações se fortaleçam, como por exemplo, continuar mantendo e incentivando a busca ativa dos casos de pacientes hansenianos que é feito com eficiência pela Equipe de Saúde da Família (ESF) e enfermeiros do Centro de Referência, onde o contato faltoso recebe a equipe na residência para que o tratamento não seja interrompido", frisou a secretária.
Quanto à metodologia utilizada, Isabela explica que a Universidade Federal de Uberlândia, sob a recomendação do Ministério da Saúde, propôs um projeto de fazer bloqueio de transmissão por meio da quimioprofilaxia de contatos no município de Imperatriz que funciona da seguinte forma: Você descobre o doente, chama todos os contatos. Como você já vai tratar os doentes, você também faz um tratamento profilático nos contatos para evitar que os portadores sadios entre eles e os infectados subclínicos possam adoecer ou mesmo favorecer a disseminação do bacilo na comunidade. "A quimioprofilaxia é uma coisa já feita em outros países e recomendada pela Organização Mundial de Saúde. Quando a gente trouxe essa proposta para o prefeito e para a secretária e eles entenderam a importância de fazer esse projeto, colocamos em prática e desde então nós estamos fazendo uma coisa totalmente inovadora, e com certeza isso vai trazer cada vez novos resultados", finalizou Goulart.
O projeto - Implantado há cerca de quatro anos em parceria com o Centro de Referência Nacional em Hanseníase da Universidade Federal de Uberlândia, o projeto de Redução e Controle da Hanseníase faz a vigilância da infecção e o mapeamento dos casos de hanseníase em Imperatriz e trata os contatos com medicação profilática, ou seja, antes de adoecer. Devido ao bom desempenho das atividades propostas e implementadas pela gestão municipal, Imperatriz foi contemplada no segundo semestre do ano passado com kits para fazer o teste rápido de hanseníase, tornando-se a primeira cidade do mundo a realizar este teste. Os kits são compostos por um equipamento de última geração - smartreader, com software desenvolvido especialmente para facilitar interpretação dos resultados e para armazenar os dados, possibilitando um melhor controle por parte da gestão municipal e do Ministério da Saúde. Além disso, recebeu também a capacitação para a prática dos testes que diagnosticam a doença em 10 minutos. (Maria Almeida)
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