Começa hoje, na Câmara Municipal, a sequência de encontros que o Grupo Força Tarefa Rio Tocantins fará sobre as "águas da cidade". Este primeiro encontro tem o apoio da presidência do parlamento municipal, por intermédio da Comissão de Planejamento, Uso, Ocupação, Parcelamento do Solo e Meio Ambiente, a quem caberá a condução da sessão ordinária desta quarta-feira, 14, logo após esta ser aberta pelo presidente José Carlos Soares (PV).
No início da semana, o vice-presidente da Comissão, vereador Ditola Castro (PEN), reuniu-se com membros do Força Tarefa para definir os detalhes do encontro. "Essa é uma preocupação que não é só do grupo, mas também desta casa e, por que não dizer, de toda a cidade; por isso tem nosso total apoio", ressaltou o parlamentar.
A sequência de encontros sobre o tema que será realizada pelo Grupo Força Tarefa tem como eixo "Conhecer as águas para saber cuidar do rio". No evento de hoje, o professor da Uemasul Jorge Diniz, que é doutor em Química, falará sobre a "Qualidade das águas: efluentes urbanos tóxicos, medidas preventivas e/ou (re) equilibradoras, ribeiras, usos e vegetação, filtros, fossas, entre outros assuntos que o tempo permitir.
O professor Diniz dividirá parte do seminário com o ambientalista José Geraldo da Costa, que além de moderar as discussões fará uma introdução sobre a "Formação dos Recurso Hídricos: atmosfera, dinâmica dos climas/aquíferos, cursos e biota fluvial. O evento começa às 8h30.
Essa ação do Força Tarefa, explica a juíza de Direito aposentada Maria das Graças Souza, parte do princípio de que para o enfrentamento de qualquer problema é preciso, num primeiro momento, conhecê-lo e daí elaborar as ações e gestos concretos.
Origem
O Grupo Força Tarefa Rio Tocantins surgiu ainda no ano passado motivado pela visualização de uma situação nunca vista antes: a maior baixa das águas que o rio Tocantins já teve a ponto de um ribeirinho ter conseguido chegar a cavalo até a famosa Praia do Meio. A partir daí, se tornaram frequentes os encontros dos representantes dos mais diversos segmentos da sociedade para discutir caminhos e possíveis ações que possam estancar as agressões sofridas pelo rio Tocantins diariamente.
Moradores da "cidade velha" garantem que o mais perto do que aconteceu em 2016 tem registro em 1967. A diferença é que naquele tempo não tinha tanto a influência do homem quanto agora, mão essa visível na transformação de seus afluentes em "canais de esgoto", na devastação da vegetação ciliar, na derrama, sem tratamento, de parte do esgoto das cidades ribeirinhas, na transformação de suas margens em verdadeiros lixeiros.
O colegiado do Grupo Força Tarefa revela que a meta é ir além do diagnóstico e partir para gestos concretos, incluindo seminários como o de hoje na Câmara Municipal; campanhas de conscientização, mutirões de limpeza e replantio de espécimes nativas, até mesmo, se for o caso, a provocação da Justiça para fazer valer ações que redundem na preservação e recuperação de nascentes, o replantio da vegetação ciliar dos cursos d'água (incluindo o rio) que cortam a cidade.
"Esperamos contar com a presença expressiva daqueles que se preocupam com o nosso meio ambiente e com as gerações futuras", disse a professora Edna Ventura, membro fundadora do movimento.
"Serão temas que consideramos fundamentais e o primeiro passo a ser dado é esse, o de conhecer para saber cuidar melhor", assinalou a bióloga Adriana Carvalho, também membro do Grupo Força Tarefa.
Depois da Câmara, o projeto do grupo é levar a discussão para ambientes como faculdades, associações, clubes de serviço, empresas, "enfim, queremos envolver toda a sociedade ao redor de um tema que é de interesse de todos", ressalta a professora Ivetilde Delgado, da organização do evento. (Elson Araújo)
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