O movimento grevista organizado por motoristas da empresa Viação Branca do Leste que teve início na última terça-feira, quando um grupo de trabalhadores resolveu estacionar os ônibus no Terminal de Integração, pode chegar ao ‘ponto alto’ na segunda-feira, 31. A afirmação partiu de um dos motoristas que desde o início da paralisação continua acampado com os colegas em frente à sede da VBL, na BR-010, bairro Maranhão Novo.
“Na próxima segunda-feira vamos fazer um movimento que vai ser geral. Ninguém vai sair da garagem se nada for resolvido nessa reunião”, declarou Cleon Alves, que há apenas três meses na empresa responsável pelo transporte público na cidade já enfrentou duas paralisações pelos mesmos motivos: atrasos de salários e o não pagamento do ticket alimentação.
Durante a semana, a empresa foi procurada pelo sindicato da categoria e chegou até a notificar a entidade por, segundo a direção da VBL, apoiar a greve dos trabalhadores sem orientá-los a permanecerem em percentual de 30%, como manda a lei. O impasse foi resolvido e na quinta-feira a paralisação continuava com a empresa atendendo 30% da frota nas linhas dentro do município e 100% nas linhas intermunicipais.
Segundo os motoristas, eles estão há quase dois meses sem receber salário e “passando vexame quando vamos comprar com o cartão do ticket alimentação”, comenta Cleon. Nos primeiros dias do movimento, a empresa afirmava que o pagamento vinha sendo feito a cada dia para grupos de trabalhadores. Na quinta à tarde, os grevistas decidiram que só voltariam ao trabalho quando a situação de todos fosse resolvida.
Alternativa – Desde o início da paralisação, ainda recebem passageiros. A maioria à espera dos veículos que fazem linhas para outras cidades. Quem aguarda ônibus para os bairros de Imperatriz chega a enfrentar até três horas de espera nem consegue.
A alternativa são os táxis de lotação, que, mesmo com projeto de regulamentação do serviço barrado pela Câmara de Vereadores, continuam exercendo a atividade e lucrando com a greve dos ônibus. Alguns chegam a cobrar até R$ 5 por passageiro para a região do Grande Santa Rita. Os mototaxistas também aproveitam e sempre conseguem clientes nos pontos de ônibus.
Há pouco mais de 15 dias, O PROGRESSO publicou a denúncia do presidente do Sindicato dos Taxistas de Imperatriz sobre carros particulares, aqueles com placas cinzas, explorando o serviço de lotação. Segundo o sindicato, cerca de 15 veículos do tipo estão trabalhando entre os bairros Santa Rita, Nova Imperatriz, Centro, Bacuri e Vila Nova. Estes também estão aproveitando o impasse do transporte público. Pessoas que têm carro ou moto e moram em bairros mais distantes, quando se deslocam para o trabalho na área central da cidade, oferecem “carona” cobrando valores mínimos.
VBL – Segundo a assessoria de comunicação da VBL, em reunião realizada ao meio dia do último sábado, a empresa propôs o pagamento de R$ 14 mil em salários atrasados, que sairia para 30% dos motoristas, e mais R$ 2 mil de vale alimentação já no início da semana. De acordo com a assessoria, o sindicato aceitou a proposta, mas os motoristas não. Em contraproposta, a classe queria voltar ao trabalho para recolher dos passageiros o total devido pela empresa. As negociações entraram na tarde do sábado e não terminaram antes do fechamento desta reportagem. (Hemerson Pinto)
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