Hemerson Pinto
A informação partiu do diretor regional do Sindicato dos Bancários do Maranhão em Imperatriz, Cassio Valdenor. O líder classista explicou que a medida tem o objetivo de inibir o atendimento ‘especial’ feito por algumas agências, mesmo em período de greve, como aconteceu durante movimentos anteriores.
“Nos anos anteriores tivemos dificuldades para paralisar os bancos públicos tentando paralisar os privados. Vamos tentar um norte diferente: fechar os públicos com todos os estados nos apoiando e posteriormente fechar os privados, o que deve acontecer no segundo dia. Nas greves anteriores algumas agências mantinham funcionários para atender clientela diferenciada. Um público-alvo que para os bancos deixam retorno maior, como empresários buscando financiamento, empréstimos, querendo comprar algum produto. Alguns funcionários até se deslocavam para atender clientes em residências”, declara o diretor.
Cassio Valdenor reforçou que iniciando a greve pelos bancos públicos e conseguindo impedir o tipo de atendimento extra a clientes selecionados, “nós vamos coibir esse tipo de atitude, para que a classe média e baixa não fiquem sofrendo sozinhas, arcando com todo o prejuízo que a greve acaba causando”.
As reivindicações vão desde aumento salarial de 22%, passando pela distribuição de 25% do lucro líquido entre os bancários, reposição de perdas salariais, mais contratações, obediência à Lei das Filas, entre outras.
“No Brasil quem ganha dinheiro são os banqueiros. No primeiro semestre os seis maiores banqueiros do país, públicos e privados, ganharam quase 30 bilhões de reais; em contrapartida, o reajuste para o salário dos bancários ofereceram 6,1%. Precisamos colocar em prática a Lei das Filas em Imperatriz, que foi criada em 2005, remodelada em 2008 e deve passar por outra remodelação para tentar adequar a situação. Os bancos de Imperatriz não cumprem a Lei das Filas”, afirma.
O diretor regional do Sindicato dos Bancários do Maranhão explica que o respeito à Lei das Filas influenciaria a contração de mais bancários e abertura de novas agências. Cassio destacou o apoio do Ministério Público e disse que a Câmara de Vereadores de Imperatriz precisa voltar a reforçar a luta pela execução da lei que determina tempo máximo de 30 minutos para permanência de uma pessoa na fila de um banco. “A Câmara de Vereadores deu uma refreada, depende de uma lei que tem de ser editada pelo poder Executivo, que dá poderes ao Procon, para poder fiscalizar”, justifica.
Outro ponto que os bancários querem discutir e resolver com a greve que inicia no próximo dia 19 é o assédio moral. “Temos casos de assédio moral em praticamente todas as agências. O caso mais grave aconteceu em uma agência do Bradesco de Estreito. Com desrespeito do gerente com o quadro funcional”, revela o líder.
Até a próxima quinta-feira, dia em que a greve será iniciada, os bancários devem visitar a Câmara de Vereadores à procura dos legisladores que lhes ofereceram apoio no debate do assunto em reuniões. Na quinta pela manhã, os grevistas se reúnem na sede do sindicato em Imperatriz e depois de dividem em blocos e se deslocam para agências bancárias.
No primeiro dia a greve deverá atingir as agências do Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Banco da Amazônia e Caixa Econômica Federal. A partir de sexta-feira, os bancos privados deverão aderir ao movimento. A regional de Imperatriz registra a associação de 700 bancários. São funcionários de agências de vários municípios da região, entre eles Itinga, Açailândia, Amarante do Maranhão, Carolina, Grajaú e Imperatriz.
“A gente imagina que a Fenabran (Federação Brasileira dos Bancos) tente negociar com a gente quando a greve começar. Deve ser uma greve forte, maior que em anos anteriores”, avisa Cassio Valdenor. (Hemerson Pinto)
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