Muitas ações da gestão municipal de Imperatriz são de suma importância para a população, entretanto são praticamente desconhecidas de boa parte da população. Na última terça-feira (26), a assessoria de comunicação da Secretaria de Saúde esteve acompanhando um dia de campo da Vigilância em Saúde Ambiental, trabalho coordenado por Conceição Luz e assessorado pelo químico industrial Maik Lopes Ferro, do Vigiágua e Vigisolo; e por Vilson Nascimento, responsável pelo Vigisolo. O trabalho agrega, ainda, o Vigiar e engloba um conjunto de ações e serviços que proporcionam o conhecimento e a detecção de fatores de risco do ambiente que interferem na saúde humana.
“Nós aqui da Vigilância em Saúde Ambiental somos confundidos tanto com o meio ambiente quanto com a vigilância sanitária”, revela Maik Ferro. Segundo ele, não é nem um nem o outro, mas sim as duas áreas em comum. A preocupação com o meio ambiente e sua interferência na saúde humana. A água contaminada (Vigiágua) e o solo contaminado (Vigisolo), bem como o ar contaminado (Vigiar) são as essências que provocam distúrbios na saúde humana.
O Vigiágua é um programa criado para cuidar da qualidade da água de Imperatriz. Garantir à população o acesso à água em quantidade suficiente e qualidade compatível com o padrão de potabilidade estabelecido na legislação vigente para a promoção da saúde. Para tanto, é feita a coleta e análise físico química e microbiológica da água feita em laboratório. Diariamente um carro da Vigilância Ambiental sai com material para fazer a coleta. Posteriormente é feito um laudo com os resultados e este então é repassado para a população.
Segundo Maik Ferro, existe ainda a questão da inspeção. “Nem toda a água de Imperatriz é fornecida pela estação de tratamento da Caema. Algumas empresas, escolas e condomínios possuem poços artesianos próprios. São os Sistemas de Abastecimento Coletivo (SACs). Eles têm a responsabilidade sobre esta água. Então eles têm que fazer o controle mensal e fornecê-lo à Vigilância em Saúde Ambiental”.
Cuidados com os solos contaminados
O Vigisolo desenvolve ações de vigilância em saúde de populações expostas a solos contaminados ou sob risco de exposição, principalmente, por substâncias químicas. As fontes de contaminação mais comuns são a agricultura, com o uso indevido de agrotóxicos, as áreas de depósito de resíduos urbanos, os lixões, a mineração, atividades industriais que armazenam e manipulam produtos químicos e geram efluentes e resíduos; cemitérios e postos de combustíveis.
Para Vilson Nascimento, responsável pelo Vigisolo, “o programa ainda é uma criança, bem diferente do Vigiágua, que tem sua estrutura um pouco mais avançada. O Vigisolo ainda trabalha de acordo com o Ministério da Saúde somente em cadastro e mapeamento das áreas onde a população está exposta ao solo contaminado”.
Uma das linhas de atuação do Vigisolo é preventiva. Nas redondezas do aeroporto de Imperatriz há muitas plantações, principalmente de hortaliças. A orientação é no sentido do tipo de agrotóxico usado, onde está sendo jogado o resíduo deste agrotóxico e se está contaminando o solo.
Vilson Nascimento lembra que é muito importante que o Vigisolo tenha o poder de fiscalização. “Enquanto não existirem políticas públicas voltadas para esta área e que a fiscalização chegue à punição, pessoas que estão contaminando nosso meio ambiente em menos de 10 anos proporcionarão a nossos filhos uma situação muito pior do que a que é apresentada hoje”.
Imperatrizense não controla uso da água
Não é preciso nem encomendar uma pesquisa para revelar que o imperatrizense desperdiça água, mesmo sabendo como economizar o recurso natural.
Dados divulgados nessa terça-feira (26) informam que 48% da população admite gastar água em suas casas com pouco controle, 30% demoram mais de dez minutos no banho e 29% dos domicílios de Imperatriz sofrem com a constante falta do insumo.
Segundo Maik Ferro, a cultura nordestina não atenta para o desperdício de água: “Em Imperatriz, algumas pontas de rede, nos bairros de periferia, não chega água constantemente, há a questão da intermitência, causada pela falta de consciência da população. Onde chega água, há um grande desperdício. Como a Caema não tem o hidrômetro em todas as residências, geralmente as pessoas pagam a taxa mínima, geralmente não há esse controle nem a preocupação com o desperdício. Como não pesa no bolso deles, não existe o compromisso da população que tem a água todos os dias.
“A questão sobre a água doce, seus problemas e soluções, ainda precisa ser melhor compreendido pelo cidadão de Imperatriz. A urbanização crescente da cidade nas últimas décadas trouxe consigo também os problemas inerentes aos grandes centros. A grande preocupação do grupo, formado por integrantes da Vigilância em Saúde e da Secretaria de Saúde, é justamente com o abismo existente entre o reconhecimento do problema e a tomada de atitudes precisa ser compreendido. A visão sobre a questão da água é ainda muito limitada, bem como a percepção dos problemas que o mau uso podem acarretar”, avalia Maik Ferro. (Comunicação)
Publicado em Cidade na Edição Nº 14442
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