Desde 2015, uma série de ações feitas no Maranhão tem ajudado a retirar muitas pessoas do analfabetismo, mesmo com o corte de recursos do Governo Federal.
Em 2014, a taxa de analfabetismo no Maranhão era de quase 20%. Em 2017, esse número era de 16,7%, de acordo com dados do IBGE. Em números absolutos, isso significa cerca de 110 mil pessoas que saíram do analfabetismo no Estado. A taxa de analfabetismo considera as pessoas de 15 anos ou mais.
“Em três anos de mandato, já reduzimos esse vergonhoso índice para perto de 16,5%, apesar da diminuição dos investimentos federais. Seguiremos na luta contra este mal”, diz o secretário de Estado da Educação, Felipe Camarão.
Além da própria inclusão social e da melhora da educação, outras iniciativas têm ajudado a combater o analfabetismo de jovens, adultos e idosos no Maranhão. É o caso do Sim, Eu Posso!, por exemplo. Trata-se de uma parceria com o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e outras entidades nos 30 municípios com os índices sociais mais frágeis no Estado.
Em 2016, o programa alfabetizou 70% dos inscritos. Dos 14.040 alunos do projeto, 9.368 já estão lendo e escrevendo.
Depois disso, o Governo do Maranhão ampliou o Sim, Eu Posso! para a alfabetização de aproximadamente 19 mil pessoas em 15 municípios com baixos indicadores sociais.
Corte de recursos - Esses avanços se deram mesmo com a forte redução do programa Brasil Alfabetizado, do Governo Federal.
A meta do programa para o Maranhão no ciclo 2014/2015 foi de 109 mil pessoas em 171 cidades. Já no ciclo 2015/2016, a meta caiu para 20 mil pessoas em 69 municípios. E no ciclo 2017/2018, nova queda: 6.500 pessoas em 30 cidades. As ações se encerram neste ano.
Trata-se de uma redução de 94% na meta do Brasil Alfabetizado. Se o programa não tivesse sofrido tal corte, os avanços no Maranhão no combate ao analfabetismo poderiam ter sido maiores.
Problema histórico - A mais recente pesquisa do IBGE mostra que o analfabetismo é um problema histórico no Maranhão. Segundo o levantamento, quase metade das pessoas analfabetas no Maranhão tem 60 anos ou mais.
Ou seja, os mais velhos sofreram mais as consequências da falta de investimento necessária na educação nas últimas décadas.
Sim, Eu Posso! - “Eu sempre tive essa vontade de aprender, tenho a maior inveja da pessoa que tem um estudo, porque eu não tenho”, disse o lavrador Bernardo Rodrigues da Silva, de 48 anos, ao entrar no Sim, Eu Posso! no povoado Capoeira, no município de Afonso Cunha.
“Eu não sabia ler nem escrever. No tempo de criança eu não tinha a oportunidade e agora ela chegou e mudou muita coisa na minha vida. Eu posso sair em qualquer cidade, eu conheço uma placa, um sinal eu já sei; vou no supermercado e sei escolher uma coisa de qualidade, nunca tinha viajado pra São Luís, agora já fui duas vezes, conheci muitas pessoas, fiz amizade”, afirmou o lavrador João de Deus Moreira da Silva, de 61 anos e morador de Aldeias Altas, um entusiasta do programa.
“Eu incentivo que a pessoa acredite que nunca é tarde para você aprender a ler e escrever, aproveitar essa oportunidade que o governo está dando para alfabetizar quem não sabe”, acrescentou João. (Secap)
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