Illya Nathasje

Demitida do cargo que ocupava como subsecretária estadual de Saúde, Rosângela Curado fez  campanha para prefeita em Imperatriz com o apoio do governo e do governador Flávio Dino. Entre 2015 e 2016, de setembro a setembro o que mudou? Nesse ínterim, o governador perdeu sua principal aliada, Dilma Roussef, que foi para o bem comum, defenestrada em pleno agosto, tradicional mês de mau agouro na política. 
A partir da movimentação política que as eleições municipais apresentam é possível ver que o arco de alianças, PDT, PSB e PSDB que elegeu Flávio Dino em 2014 diminuiu. Eleito senador, Roberto Rocha se movimenta como candidato ao Palácio dos Leões. Foi bem sucedido em fortalecer seu partido, a exemplo de Ildon Marques em Imperatriz. Enquadrado, o deputado estadual Marco Aurélio teve que sorrir ao lado de quem o preteriu na disputa. Tudo em nome do apelo promovido a partir dos Leões, para não fortalecer o adversário. 
Justamente por aqui é possível entender o apoio do governador e sua trupe à candidata Rosângela Curado. Nas asas do mandato de deputado federal e bem articulado, Weverton Rocha soube construir e impor sua candidata. Primeiro tirou licença da Câmara Federal para que ela, como suplente, assumisse. Depois, de posse de um GPS político soube avançar o calendário para 2018, mostrando a planície e seus atores. Onde estaria quem? Com mais 4 anos de mandato pela frente, Roberto Rocha disputaria a eleição para o governo sem nada a perder nem a arrepender. O PSDB terá naturalmente um candidato a presidente e a atuação de Dino em favor de Dilma, principalmente a Operação Tabajara operada pelo obtuso e ora esquecido, Waldir Maranhão, é fator decisivo para que os tucanos fiquem cem por cento, fora. Resta pois o PDT. Como diria, o saudoso Luís Brasília há divergências. Eu diria, desconfianças. 
Nas próximas eleições, haverá duas vagas em disputa para o Senado. É pule de 10, que em busca  da reeleição, no grupo Dino, uma delas seja do presidente da Assembleia, Humberto Coutinho. E a outra? Weverton Rocha deseja.
Se desse lado é tudo (Vicente) Feola, do outro lado está Garrincha com sua inquietante pergunta: “o senhor já combinou isso com os gringos?” Candidato, Roberto Rocha também terá duas vagas a oferecer. Se derrotado em Imperatriz, Ildon Marques poderá ocupar uma delas. Justamente por isso, a eleição em Imperatriz fica mais emblemática. Com um candidato pra chamar de seu, o novato Ribinha Cunha, Madeira que não aceitou apoiar a candidata do governo, mostrou que é um grande eleitor. De quebra, eleito Ildon Marques, poderá ser, Madeira, o candidato ao Senado. A questão é cara, com Roberto Rocha ou até, coroa com Flávio Dino.
Do pleito que se encerra hoje, restará mudanças. Se confirmada a derrota de Rosângela Curado, o governo sai menor do que entrou e é possível apontar uma série de erros. O primeiro deles, ao se declarar como se declarou, portas abertas para a candidata. Ribinha retrucou em nome da liberdade de Imperatriz em ter outros candidatos e criou personalidade. Não contente, com a abordagem errada, o governo tropeçou nos próprios pés, pediu e viu, negado pela Justiça, o direito de resposta. Depois, à parte, o episódio do major... 
Na verdade, exceto o carismático e pessoal Jackson Lago, jamais se viu um governo se envolver tanto numa campanha para prefeito em Imperatriz. Deu no que deu. Atrevo-me a dizer que das eleições sairão dois ganhadores. O que vencer para prefeito e Madeira, que se definiu por apoiar um candidato sem cordão umbilical com São Luís: Ildon se aliou a Roberto Rocha, Rosângela com Werverton Rocha e o Delegado Assis é do PMDB. Sigla que por si, dispensa apresentação sobre suas ligações. Ao resistir a um desses projetos, Madeira se preservou como liderança altaneira. Quem vai ser eleito prefeito ? É com você eleitor. Resta aguardar como será.  
- … A gente se vê em 2018.