"A memória guardará o que valer a pena. A memória sabe de mim mais que eu; e ela não perde o que merece ser salvo", afirmava em seu ensaio o jornalista e escritor Eduardo Galeano. Em sua frase (aberta a interpretações), Galeano ressalta a importância da memória para a construção da identidade. Em comemoração aos 43 anos de jornal, O Progresso faz um grande exercício de memória e ao longo do ano, publica 43 perfis jornalísticos com personagens que contarão através de seus depoimentos a história do jornal.

A Casa

Hoje o prédio é abandonado, cheio de rachaduras e a cor desbotada pelas intempéries, herança do tempo. O lugar com uma porta de vidro (muito deles trincados) possui um corredor curto, com salas estrategicamente posicionadas para compor uma redação de jornal. Não lembra muito o ambiente comum para a produção de notícias, mas por quase 40 anos essa foi a casa do jornal O Progresso Imperatriz.
A vizinhança também lembra com nostalgia os tempos que o ambiente tinha atividades jornalísticas e o grande número de pessoas que entravam e saíam. "Era muita gente entrando aí, agora é tudo abandonado", afirma nostalgicamente a senhora sentada em sua cadeira na calçada.
Antônio, conhecido na redação como Capijuba, desde 1977 compõe o corpo de funcionários. Sua experiência remonta a construção das páginas desde o linotipo, usando o chumbo, até a versão digital da diagramação. Ele lembra do início da sua profissão de diagramador na antiga sede. "Foi lá que eu comecei o meu ofício, as histórias daquela casa remontam muitas lembranças de aprendizado na construção das páginas de O Progresso", fala com a voz embargada Capijuba.
Jorge de Deus, há sete anos também na formatação,  diz que a diferença principal era o espaço. "Lá era apertado, todo mundo que entrava ficava próximo".
Provavelmente o jornalismo não irá ocupar mais os espaços daquele ambiente, mas cada centímetro dali já respirou e transpirou o ofício noticioso.

Salto de qualidade

A nova sede do jornal, localizada na Rua Amazonas- Centro, firma a nova estrutura física e material do jornal. O investimento no espaço acompanha o salto de qualidade que o jornal obteve nos últimos anos. As salas mais espaçosas com computadores mais eficientes agregaram à redação mais agilidade e versatilidade na produção de matérias. "Estamos em um mercado que é necessário investir sempre, ainda mais levando em consideração que Imperatriz e região evoluíram bastante no setor de comunicações. Imperatriz merece um jornalismo de qualidade e é para isso que trabalhamos", reforça Sergio Henrique Godinho, responsável pela administração geral do jornal.

Histórico - Década de 70

"A realização de um sonho". É essa a descrição de fundação do Jornal O Progresso, dia 03 de maio de 1970. A fundação foi orquestrada pelo profissional da tipografia e empresário do setor José Matos Vieira e pelo advogado e jornalista Jurivê de Macêdo. O mais antigo jornal da região começava suas atividades semanalmente. A redação ganha profissionais, o jornalista Helius de Monção, que veio de Goiânia ao lado de Jurivê para construir o primeiro formato de redação. Logo após, chega de Teresina o jornalista Otávio Barros.