Hemerson Pinto
Há mais de duas semanas o sol não vem aparecendo como de costume na cidade de Imperatriz e na região. Na verdade, o cenário é muito parecido em várias regiões do estado do Tocantins e Pará. Uma nuvem densa e que, “olhando aqui de baixo, a gente pode girar 360º graus que para todos os lados tem a fumaça cinzenta que mais parece uma neblina. No primeiro dia até imaginei que fosse algo relacionado ao clima e até esperei chuva, mas nada”, comenta o servidor público Nelson Rodrigues.
Nelson mora na Nova Imperatriz e ficou assustado no primeiro dia quando saiu na porta de casa e não conseguiu ver os edifícios que geralmente estão ali, no final da rua de sua residência, e outros que podem ser vistos ao levantar os olhos para a direita e esquerda, “isso quando não tinha essa fumaça”.
Do alto de qualquer um dos prédios de Imperatriz, ou até mesmo das lajes dos sobrados, é possível notar que o espaço aéreo de Imperatriz mudou bastante, tanto que as aterrissagens e decolagens do aeroporto Renato Cortez Moreira estão prejudicadas e durante a semana vários voos foram impedidos de sair ou chegar do aeroporto. A população também reclama dos reflexos na saúde, como a tosse, irritação na garganta e nos olhos.
De acordo com informações da Defesa Civil do Município, a fumaça atinge todo a região conhecida como Bico do Papagaio e citou a cidade de Marabá, no Pará, como um dos municípios tão prejudicados quanto Imperatriz.
O fator principal, segundo o órgão, é a estiagem, que inclusive facilita o surgimento de focos de incêndios. Com o tempo seco, as chamas ganham força e velocidade e avançam consumindo áreas florestais, principalmente nos estados do Pará e Mato Grosso, além de algumas áreas no território maranhense.
Nas estradas da região, principalmente nas primeiras horas do dia, os condutores necessitam mais atenção e não podem esquecer de maneira alguma de viajar com os faróis ligados. Nos finais de tarde, o sol ganha um tom avermelhado por conta da fumaça e à noite o céu também parece mudar de cor.
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