Raimundo Primeiro conversa com Francisco da Silva Almeida, no estúdio da TV PROGRESSO WEB

O entrevistado da TV PROGRESSO WEB deste sábado, 28, é o empresário Francisco da Silva Almeida, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Imperatriz. Mais conhecido por Chico Brasil, o empreendedor nasceu em Trizidela do Vale (MA), chegando aqui em 1969, aos 12 anos. Veio com os pais, Luís Ananias da Silva Almeida e Maria Suely da Silva Almeida, em busca de melhores dias, ou seja, visando prosperar pessoal e profissionalmente. Fez de tudo um pouco. Foi vendedor de picolés, do Armazém Abreu (onde começou) e do Armazém Paraíba, trabalhando na filial do Grupo João Claudino, durante 22 anos. Até tentou ser cantor, participando, ainda jovem, de um concurso de calouros.  "Cantar ameniza, faz bem", diz [sorrindo]. Porém, a veia empresarial, para os negócios, pulsou mais forte. Predominou. 

Ao lado de arrojados empreendedores, buscando fortalecer o setor varejista da cidade, foi um dos fundadores da Câmara de Dirigentes Lojistas de Imperatriz, que conta hoje com significativo número de associados, além de vários projetos exitosos, entre os quais Campanha "Sonho de Natal", Prêmio "Mérito Lojista", Campanha "Liquida Imperatriz", e das ações que resultaram na construção do Palácio do Comércio e Indústria, onde fica localizada a sede da CDL, na rua Bom Futuro, e do Centro de Convenções de Imperatriz, situado na rua Hermes da Fonseca, palco da Feira da Beleza e, a partir de 2020, da Feira Pet, outra ousada iniciativa da visão futurista de Chico Brasil.
Chico Brasil tem três irmãos, é casado com Iranete Chaves, pai de Francisco Segundo e Suely. Avô 'coruja' da Valentina e do Lorenzo, dispensa atenção especial aos netos. Os netos, segundo ele, transformam, motivam, deixam os 'vovôs' animados para as atividades do dia a dia.
 Inédita, a entrevista será transmitida em dois horários: às 9h30 às 23h deste sábado. Agora, O PROGRESSO publica trechos da conversa que o jornalista Raimundo Primeiro teve com o empresário Chico Brasil. Confira!
 
TV PROGRESSO WEB - Quem é Chico Brasil?

CHICO BRASIL - Sou um cidadão imperatrizense, com título outorgado pela Câmara Municipal. Agora em 2019, também recebi Moção de Aplausos pela realização das feiras da Beleza e Pet, produtos institucionalizados por nós em nossa cidade. Chico Brasil é um jovem, que veio de Pedreiras (MA), chegando a Imperatriz em 1969 ["não significa dizer que sou velho, mas que cheguei jovem", brincou]. 
Por aqui andei, em todos os bairros, em todas as ruas, dando a minha parcela de contribuição na construção da cidade. Fui estudante do Colégio Bernardo Sayão, da Escola Técnica Amaral Raposo e da Universidade Estadual do Maranhão (Uema). Fui, durante 22 anos, funcionário do Armazém Paraíba. Agradeço as oportunidades que a empresa me deu, constituindo-se numa verdadeira "universidade de vida", onde eu aprendi, na prática, tudo aquilo que sei. Sou um cidadão que aposta veementemente, na sustentabilidade desta grande metrópole, chamada Imperatriz.

TV PROGRESSO WEB - Como era Imperatriz, qual a configuração da cidade naquela época?

CHICO BRASIL - Posso dizer que tenho na mente a 'fotografia' de Imperatriz daquela época, de quando cheguei aqui. Havia apenas a Belém-Brasília (BR-010), ainda não existia asfalto, com os ônibus indo até a Praça de Fátima, onde eles paravam. Cheguei aqui em um carro, com apenas 50% da estrutura dos bancos coberta, chamada de cabine. O restante, era a carroceria, local destinado ao armazenamento das bagagens dos passageiros. Em 1969, de Pedreiras a Imperatriz, viajamos durante seis dias, foi uma 'grande aventura'. 
As estradas não eram boas, com muita areia. Muitas das vezes, o carro atolava, foi uma verdadeira maratona. Onde hoje fica é a Praça Brasil, existiam apenas três estabelecimentos comerciais de secos e molhados. Já havia o Mercadinho, só que em menor proporção. A Igreja São Francisco de Assis já era construída, com um campo de futebol, onde jogávamos bola. O local, onde hoje é construído o Camelódromo, era chamado de Campo de Aviação. A Igreja Nossa Senhora de Fátima já existia.  No rio Tocantins, pescávamos, pegando o peixe denominado de voador. 

TV PROGRESSO WEB - Chico Brasil já veio com a família, os pais?

CHICO BRASIL - Sim. Na verdade, meu pai era alfaiate, nós estávamos indo para Brasília (DF), era o pensamento dele. O dinheiro acabou e papai ficou aqui, tentando conseguir o dinheiro da passagem. Graças a Deus, não conseguimos. Foi aí que comecei a desenvolver alguns trabalhos, entre os quais, na Olaria do comerciante Hilter Alves Costa, Ita Alves, ex-prefeito de Ribamar Fiquene, as margens do rio Tocantins, e na Sorveteria Aliança, na rua Maranhão, proximidades da avenida Getúlio Vargas, ali na rua Maranhão, nas proximidades da avenida Getúlio Vargas, de propriedade do sr. Cipriano Louza Cruz, pai de Célio Louza e avô do Richardson Cruz, hoje empresários da área gráfica. Estudava de manhã e trabalhava a tarde, vendendo picolés para receber as comissões. 
O meu ingresso no mercado de vendas foi iniciado aí. Depois, fui trabalhar como engraxate, na porta do Armazém Paraíba, fazendo amizade com as pessoas. Ou seja, quando comecei a trabalhar na empresa, foi a consolidação de um "amor antigo", pois já tinha uma boa identidade com a empresa, conhecendo vários de seus funcionários. Foi essa a minha infância, meu passado. Naquela época, criança podia trabalhar. Todo mundo trabalhava e brincava. Os colegas da minha época, também trabalharam e brincaram. Foi um período muito saudável poder ter essa vivência de cidadão. Hoje, me sinto feliz por tudo.

TV PROGRESSO WEB - Algum episódio pitoresco da época?

CHICO BRASIL - Tem. Eu sempre gostei muito de futebol. Certa vez, houve uma partida de futebol entre o Rener, do ex-prefeito Renato Moreira, e o Imperatriz, duas fortes equipes. O time que ganhasse naquele dia, receberia duas caixas de Cervejas Antarctica. O frei Epifânio fez o gol, no primeiro tempo, indo até ao técnico, dizendo: "eu não tomo cerveja e fiz o gol, acho que mereço um guaraná [refrigerante]". Aquela cena me marcou muito, pois mostrou a simplicidade do religioso. Para mim, que era criança, somou muito em minha vida.  

TV PROGRESSO WEB - Como era a cidade no setor político? Quem era o prefeito?

CHICO BRASIL - O primeiro prefeito, de que me lembro, foi o Xavier. Nesse período, não era muito ligado em política, tendo em vista ser criança. Cidade pequena, entretanto, a gente acabava ouvindo falar sobre política. Salvo engano, vieram Renato Moreira e Carlos Amorim. Não me lembro da sequência, mas os prefeitos da época guardados em minha memória, são os seguintes: José do Espírito Santo Xavier, Renato Cortez Moreira e Carlos Gomes de Amorim. Já havia passado um bom período, estava começando a minha formação de cidadão - de fato e de direito. Comecei a viver o processo político a partir da gestão Carlos Gomes de Amorim.

TV PROGRESSO WEB - Com que idade chegou a Imperatriz?

CHICO BRASIL - Cheguei com 12 anos.

TV PROGRESSO WEB - Tem um feito curioso sobre o seu ingresso no comércio, no antigo Armazém Abreu. Como foi?

CHICO BRASIL - Precisava arranjar trabalho, pois, apesar ter ficado um período aqui, tive de ir embora. Fomos para as proximidades do povoado Cajuapara, hoje município de Itinga (MA), regressando depois a Imperatriz. Tinha de arrumar trabalho. Foi interessante: cheguei, um dia, época em que o sr. Manoel Henrique gerenciava o Armazém Abreu, quando ele fazia uns cálculos em uma Máquina Facit (quem é da minha idade, sabe do que estou falando). 
Era uma segunda-feira, dia de promoção, com ele fazendo os cálculos. Decidi abordá-lo, cumprimentando, desejando-lhe bom dia e informando que estava vindo a cidade com o propósito de estudar e que precisava de um emprego. Respondeu que uns cinco vendedores, no final do mês, sairiam da loja, tendo em vista que as vendas estavam fracas, que não teria a vaga solicitada. 
Respondi interrogando: "se, por acaso, eu vender mais do que os vendedores que deixarão a loja, não seria uma boa troca?" O 'seu' Manoel Henrique parou de fazer aqueles cálculos, olhou para mim, frisando nunca ter ouvido uma proposta daquelas. Na sequência, levou-me até ao interior da loja, mandando-me limpar o depósito. 
A partir da arrumação daquele depósito, ele me deu uma oportunidade. Por sorte, uma tinha minha, chamada Domingas, fazia feira (vendia) em Itinga, Açailândia e Porto Franco, passou a ser minha cliente, ao ver-me na loja, por ser da família. Logo no primeiro mês, consegui vender mais do que os cinco vendedores veteranos. Nada havia sido planejado. Quando temos fé, as coisas acontecem. 

TV PROGRESSO WEB - Como o senhor avalia a resposta dos empresários locais à assistência a eles dispensada pela CDL?

CHICO BRASIL - Nós estamos conseguindo ocupar espaços que são necessários serem preenchidos do ponto de vista da prevenção de crédito, promoções; e não temos dúvida de que ninguém consegue atingir 100% das metas previamente programadas. Mas, hoje, nós contamos com um expressivo quadro de associados. Para eles, temos dispensado atenção especial, um acompanhamento das mutações que o mercado impõe, diante do mundo globalizado, e são automáticas.

TV PROGRESSO WEB - O que tem a dizer sobre os sorteios da edição de Natal da Campanha "Três Sonhos Mágicos"?

CHICO BRASIL - Os preparativos estão a todo vapor e reforço o convite aos empresários que estão participando para os sorteios, que acontecem em 10 de janeiro de 2020.

 (Entrevista produzida pelo jornalista Raimundo Primeiro)

VEJA A ENTREVISTA ACESSANDO: 
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