Esta árvore faveira teve tronco e raiz atingidos pela ação do fogo...
... que se alastrou deixando um rastro de destruição

O diretor-conselheiro da Fundação Rio Tocantins, jornalista e ambientalista Domingos Cezar, que denunciou a destruição da mata ciliar da Beira Rio, fato este amplamente noticiado na edição de ontem de O PROGRESSO, voltou no final da tarde de terça-feira (4) ao local na tentativa de investigar e obter informações de quem teria cometido o crime ambiental para que pudesse denunciá-lo às autoridades competentes.
À primeira vista, o ambientalista diz que pensou tratar de usuários de drogas que costumeiramente utilizam aquele local para se drogarem; ou em uma segunda hipótese, de alguma pessoa que queria se apoderar da margem do rio para instalar uma barraca. O fogo, de acordo com Domingos Cezar, devastou a vegetação rasteira, mas atingiu várias árvores, algumas delas de grande porte, como mangueiras, faveiras e ingazeiras.
Entretanto, o jornalista conseguiu informações de alguns vendedores ambulantes que ali se encontravam no último domingo, os quais garantem que viram quando uma faísca enorme partiu da fiação da rede elétrica e esta veio atingir a vegetação seca formada de capim, dando início ao incêndio que comprometeu e devastou toda a mata ciliar da Beira-Rio, principal cartão postal da cidade de Imperatriz.
De acordo com os vendedores, que não quiseram se identificar temendo represálias, uma haste que separa os fios se desintegrou, os fios se tocaram sob a ação do vento causando a faísca. Eles afirmaram ainda que acionaram de imediato o 3º Grupamento do Corpo de Bombeiros, uma vez que o fogo se alastrava rapidamente. Garantem que alguns homens desta corporação ali estiveram, mas nada fizeram para apagar o fogo.
No final da tarde, quando Domingos Cezar retornou ao local, dois dias depois, a haste continuava da mesma forma porque, até então, a Companhia Energética do Maranhão não havia tomado as providências de instalar uma nova haste para separar os fios da energia elétrica, para que fato igual não se repetisse.
Domingos Cezar teme que outra grande erosão venha acontecer quando chegar o inverno com as chuvas que provocam enchente, comumente, entre os meses de dezembro a abril. O ambientalista observa que nas proximidades, uma erosão provocada pela derrubada da mata ciliar causou enormes prejuízos às obras da Beira-Rio. “Quem caminha pela Beira Rio vê os tapumes que tapam a visão da erosão”, afirma.
O ambientalista classificou a ação dos homens do Corpo de Bombeiros como uma omissão de socorro da mata ciliar e dos animais, como camaleão que ali viviam. Domingos Cezar vai cobrar explicação da direção da CEMAR e do comando do Corpo de Bombeiros.
(Assessoria/FRT)

OUTRO LADO
A Fundação Rio Tocantins afirma que o Corpo de Bombeiros foi informado sobre o incêndio e enviou uma guarnição até o local, mas nada foi feito para conter as chamas. A reportagem de O PROGRESSO tentou contato com o comando do 3º GBM, mas não foi possível obter maiores informações. A Central do Operações informou na tarde de ontem que apenas os oficiais que estiveram de plantão na data do incêndio poderiam confirmar se receberam ou não o chamado para a ocorrência.
Em nota, a Companhia Energética do Maranhão (Cemar) informou que vai aguardar o laudo dos órgãos competentes e apurar mais detalhes sobre o caso.