Para as mulheres, principalmente, a perda total dos cabelos, logo nas primeiras sessões do tratamento quimioterápico, e da mama - quando extirpada como técnica cirúrgica para interromper a doença - são eventos brutais que potencializam a queda do estado geral das pessoas acometidas pelo câncer.
Em Imperatriz, um grupo de pessoas que inclui a primeira-dama, Janaína Ramos; a enfermeira-chefe da Atenção Primária da Secretaria da Saúde do Município, Érica Ferreira Tourinho; o cabeleireiro Kayk Kardoso e a peruqueira Marinalva Castelo Branco, se mobiliza para fazer a versão local de uma ONG que já faz muito em outras regiões do Brasil, trabalhando meios para devolver a autoestima para quem está em tratamento, sofrendo com as deformações temporárias impostas pelas circunstâncias.
Janaína Ramos trabalha pela legalidade da estrutura da organização que se instala em Imperatriz e conta com a parceria de Érica Tourinho, que já sofreu câncer. Kayk e Marinalva já colaboravam, fazendo perucas para pacientes. "Estamos nos juntando e nos estruturando para canalizarmos essa ajuda para pessoas que procuram por esse tipo de atenção".
Dados recentes revelam que existem 187 mulheres em tratamento e na fila da peruca, e que não são poucas as mulheres saudáveis que querem doar cabelos. "Falta um sistema organizado e dedicado à missão de devolver autoestima a essas pessoas", diz Kayk. Marinalva observa que inclusive homens que não eram carecas, mas que perderam cabelos durante a quimioterapia, também suplicam por essa ajuda.
A reunião desse grupo, na quarta-feira, 27, foi com o assessor-chefe da Assessoria de Comunicação Municipal, Sérgio Macedo, na ASCOM. Macedo se encarregará das peças publicitárias de sensibilização, criadoras do ambiente para o surgimento de ajuda material. "Nada muito substancial - explica Janaína. A gente precisa de equipamentos que não são caros e matéria-prima para a confecção de perucas e sutiãs 3D. Paralelamente, vamos prospectar agendas para cirurgias plásticas para quem necessita da reparação da mama", informou.
Érica Tourinho disse que esse resgate de autoestima é de fundamental importância para fortalecer o ânimo do paciente em busca da cura. "A gente pode e quer ajudar. Vamos contar com outras colaborações, que certamente virão", disse.
A ONG imperatrizense vai se chamar "Patrícia Fio de Esperança", numa referência a outra organização idêntica que já opera em outra região do Brasil, e fazendo homenagem a uma paciente infantil do câncer. O Procurador-Geral do Município, Rodrigo do Carmo, que ontem estava em São Luís, vai contribuir, com apoio jurídico para oficializar a organização. Janaína vai apelar à Secretaria do Desenvolvimento Social e ao prefeito Assis Ramos por um espaço físico que possa abrigar a ONG que poderá ser oficialmente instalada no próximo dia 6. (Assessoria de Comunicação)
Publicado em Cidade na Edição Nº 15976
"Fio de Esperança" vai ajudar na cura do câncer, fortalecendo autoestima
ONG ganha personalidade jurídica, procura abrigo e generosidade dos potenciais doadores
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