A programação contou com palestras a cerca de temas sobre os tipos de violência contra a mulher e como o movimento feminista contribui para tipificação penal

Uma plateia formada por alunos do ensino médio do Serviço Social da Indústria (SESI/MA), entidade do Sistema FIEMA, acompanhou atenta na quarta (16/05) palestra que tratou sobre a Lei do Feminicídio e as altas estatísticas relacionadas à violência contra a mulher.
A iniciativa pretendeu conscientizar alunos sobre o alarmante índice de feminicídios no Brasil, além de auxiliar na construção do pensamento crítico e de textos dissertativos, que geralmente são cobrados em bancas de concursos e vestibulares.
"Essa é uma ação que busca desenvolver o pensamento crítico dos alunos e garantir que os alunos estejam munidos de informações sobre temas da atualidade para que sejam capazes de produzirem textos dissertativos que são utilizados nas seleções de vestibulares e concursos", destaca o professor de Sociologia e Filosofia do SESI de Imperatriz, Romário da Silva.
A programação contou com palestras sobre os tipos de violência contra a mulher e como o movimento feminista contribui para tipificação penal do crime de feminicídio. Também foram debatido, os tipos de violência contra mulher e um histórico sobre a evolução doutrinária com a criação da Leia Maria da Penha, Lei do Feminicídio tratando o crime como hediondo.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil é o 5° país com a taxa de feminicídio em uma lista de 83 países catalogados pela OMS. O número de assassinatos chega para 4,8 para cada 100 mil mulheres. A palestrante, mestre e historiadora, Nice Rejane, contou sobre a necessidade de alertar sobre o tema. "Essa é uma inciativa louvável, pois comprova que podemos transformar essa realidade tão cruel. Vê adolescentes envolvidos com essa causa é interessante porque eles demonstram que não acham normalidade em tudo o que temos testemunhado na sociedade atual".
Aluno do 2º ano, Pedro Máximo, juntamente com os demais colegas, interagiram de maneira consciente e colaborativa durante a palestra pontuando e tirando suas dúvidas acerca dos temas abordados. "Esse é um momento de construção interessante que nos permitir reconhecer a necessidade de respeitar e entender que esse é um problema universal que precisa ser discutido e disseminado".
ESTATÍSTICAS - Em 2017, dois anos após a Lei do Feminicídio entrar em vigor, os tribunais de justiça de todo o país movimentaram 13.825 casos. Destes, foram contabilizadas 4.829 sentenças proferidas. Os dados são do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Em 2017, o Brasil concentrou 40% dos feminicídios da América Latina, segundo a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU). Segundo o Mapa da Violência 2018, 50,3% das mortes violentas são cometidas por familiares e 33,2% por parceiros ou ex-parceiros.