Hemerson Pinto
Depois de anos de espera, o anúncio da reforma do Mercado da Nova Imperatriz não significa o fim dos transtornos enfrentados por feirantes e clientes. A obra de cobertura e reforma do espaço que atualmente abriga pouco mais de 50 vendedores deve começar em poucos dias. Para isso, o município e a empresa responsável pela execução do serviço sugerem a desocupação do local, com o que os feirantes não concordam.
Em reunião realizada ao meio dia da última quarta-feira, o ouvidor do Município de Imperatriz, Joel Costa; o secretário adjunto de Agricultura, Abastecimento e Produção, Hélio Fraga; além da coordenação de feiras e do representante da empresa vencedora da licitação para a obra, conversaram com os feirantes.
No encontro marcado pelo impasse entre feirantes e município, ficou claro o desejo da maioria dos que trabalham no local: permanecer em um espaço ocioso dentro da área do mercado, enquanto a obra acontece. “É isso o que queremos, porque não estamos mais acreditando nessa reforma. Já vimos muitas obras não serem acabadas, e se acontecer com essa? Aqui temos os galpões e uma área que fica aqui atrás. Podemos ficar em um desses pontos enquanto cobre e reconstrói o outro lado, depois mudamos para continuar o serviço”, disse Mauro, um dos vendedores.
O ouvidor do Município rebateu, afirmando que a garantia da conclusão da obra existe, pois a empresa responsável, não cumprindo com as obrigações, sofrerá punições previstas no contrato. Outro feirante, o vendedor de frutas e verduras Benedito Aniceto, apresentou uma alternativa: o Termo de Responsabilidade, segundo ele, preparado pela Associação dos Feirantes da Nova Imperatriz.
“Espaços para as assinaturas do prefeito, do secretário de Agricultura e dos representantes da feira. É um documento que vai servir para nos prevenirmos, pois se a obra não for concluída, alguém tem que responder por nossos prejuízos”, comentou Benedito, depois de ler em voz alta o documento. O representante da Secretaria de Agricultura afirmou que o município assinaria o termo, o que não foi suficiente para os presentes.
Alguns vendedores também sugeriram ocupar parte das ruas Amazonas e Santo Cristo, na mesma quadra onde funciona a feira. Segundo eles, a alternativa tinha sido aprovada pela Prefeitura em discussões anteriores.
Agora, o que o Município oferece é uma área de 700m², na Rua Pará, ao lado do Lar São Francisco de Assis, mesmo bairro. O espaço deverá receber instalações elétricas, banheiros, piso, abastecimento de água e a rede de esgoto. “A ideia é oferecer o conforto que o ‘meio da rua’ não vai oferecer, só enquanto se reforma o mercado”, contou o adjunto Hélio Fraga. “Vamos perder clientes, ter prejuízos, e não sabemos se vamos voltar pra cá”, rebateu uma das feirantes.
No final da década de 1990, os feirantes deixaram o mercado da Nova Imperatriz e passaram a ocupar o quarteirão da Rua Fortunato Bandeira, entre a Rua Rio Grande do Norte e Avenida Ceará. Foram cerca de 15 anos no local sem nenhuma estrutura, até serem convencidos a retornar para o antigo espaço, com a promessa de reforma. Mais de três anos depois, com a reforma prestes a começar, o impasse continua.
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