Família sem moradia pena pelo Recanto Universitário

Hemerson Pinto

Moisés, a esposa Sandra e o filho de pouco mais de 1 ano estão acampados na calçada de uma residência no Recanto Universitário. Desempregado, o jovem morava de aluguel em um condomínio. Sem condições de pagar a mensalidade, foi despejado com a mulher grávida e o filho. A alternativa foi seguir o exemplo de dezenas de famílias e invadir uma das casas do Recanto Universitário, na Vila Fiquene.
As casas do Programa de Aceleração do Crescimento foram entregues às famílias contempladas pelo projeto no dia 16 de julho, data de aniversário de Imperatriz. A partir deste momento, muitas famílias começaram a realizar suas mudanças. Outras preferiram aguardar um pouco mais de tempo. Segundo alguns moradores, várias residências ainda não foram procuradas por seus legítimos donos. São exatamente essas os alvos dos invasores.
No caso de Moisés e a esposa, o jovem explica que o casal permaneceu durante uma semana na casa onde entraram sem permissão. “A pessoa responsável para colocar a pessoa pra morar aqui veio com uma família, que tinha sido feito um cadastro há poucos dias para essa família, e disse que a gente não poderia ficar. No outro dia de manhã, nós tiramos nossas coisas e ficamos no meio da rua”.
Sem ter para onde ir, o casal foi acolhido pela família da dona de casa identificada como Maria. “Eu tenho nove pessoas na minha casa, é muito apertado, mas não tenho coragem de ver isso e deixar esse homem com esse menino e essa mulher grávida na rua. Não cabem dentro de casa, mas ficaram aqui na porta com essa barraca e dentro colocamos alguns móveis. É triste isso”, diz a dona de casa.
O esposo de dona Maria tentou amenizar a situação, convidando Moisés para irem a uma região de mato nas proximidades do Recanto Universitário em busca de madeira. “Tenho coragem de ajudar ele a construir um espaço de madeira aqui no nosso terreno pra ficarem até resolverem a situação deles”, comenta o homem.
Além de não ter aonde morar, o jovem casal enfrenta problemas com a gravidez de Sara, que não está recebendo o acompanhamento pré-natal, segundo ela, por encontrar dificuldades em se locomover até o hospital Materno Infantil ou outro ponto de atendimento.
Até o final da tarde de ontem, a família tinha pelo menos uma boa notícia. Moisés recebeu quatro propostas de emprego e na manhã de hoje começa a trabalhar na construção de um condomínio no bairro Bom Jesus. Quanto a local para morar, a família ainda dorme na calçada da residência de dona Maria.