Moradora de uma casa simples da Rua Artur Costa e Silva, bairro Cidade Nova, município de João Lisboa-MA, a família da aposentada Antônia Silva dos Santos, 68 anos, vive outro drama após a idosa ser tratada de um câncer. O valor de R$ 48,878.05, com alguns descontos, foi dividido em dez pagamentos. A família quitou duas mensalidades e não tem condições de pagar o restante.
Tudo começou há cerca de cinco meses. Dona Antônia sentiu-se mal, comunicou ao esposo Manoel, que repassou a informação à filha única do casal, Teresinha Alves, que também enfrentava problemas de saúde. A busca pelo tratamento da mãe foi difícil, pois a doença ficava mais forte a cada dia.
Não bastava uma sessão de quimioterapia, que poderia ser feita pelo Sistema Único de Saúde, SUS. O tratamento para a aposentada necessitava de outros dez procedimentos, entre eles: radioterapia e braquiterapia. Em Imperatriz, segundo a filha da aposentada, a solicitação do tratamento completo pelo SUS seria ainda mais difícil. A saída para buscar a cura em outro estado não foi autorizada pelo médico que atendeu dona Antônia. “Ela não tinha condições de viajar”, comentou Teresinha.
Sem pensar duas vezes, a filha procurou uma clínica especializada no tratamento de câncer em Imperatriz e fez o orçamento. De início o valor assustou, mas a vontade de vê a mãe curada encorajava.
Quando dona Antônia superou todas as fases até concluir o tratamento, a família começou sentir o peso da dívida. A primeira e a segunda parcela foram pagas com dificuldade. Ao vê a terceira prestação atrasar, alegria pela cura de dona Antônia foi tomada pelo compromisso difícil de ser cumprido.
“Sou filha única, minha mãe estava com essa doença e eu não tinha o que fazer. Ela não aguentaria esperar pelo SUS aqui e nem sair para tentar pela SUS em outro lugar. Não queria vê minha mãe morrer, então resolvi fazer tudo particular. Agora não temos como pagar”, diz Teresinha, emocionada enquanto conversava com nossa reportagem.
A filha de dona Antônia buscou reforço da Justiça para tentar fazer o SUS quitar o débito, mas até agora o retorno não foi o esperado. “Ainda conseguimos um desconto com a própria clínica e a negociação da dívida. Eram dez parcelas, pagamos duas. Agora o valor de cada parcela foi reduzido e devemos pagar 12 prestações de R$ 2,559,60. Ainda assim não estamos conseguindo”, declara.
Enquanto o problema não é resolvido, a família busca apoio de vizinhos e amigos, que se uniram para a coleta de doações e a realização de eventos beneficentes, como uma feijoada que acontece no próximo domingo. (Hemerson Pinto)
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