Hemerson Pinto
Uma cena infelizmente comum em Imperatriz: o lixo depositado em terrenos baldios, áreas abertas que, para começar, infringem o Código de Postura do Município. Elas existem no centro da cidade e em maior número nos bairros mais afastados. Nestes espaços é possível encontrar desde o pequeno copo descartável até o sofá velho que foi jogado fora.
Piorando a situação, uma calçada ao lado de um terreno murado também pode se transformar em depósito para lixo, como no caso apresentado na foto que ilustra este texto. Um passeio público que não permite a passagem de pedestres porque está tomado pelo lixo e resto de material de construção. A cena foi flagrada no cruzamento das ruas Pará e São João, no bairro Nova Imperatriz, a dez metros do Lar São Francisco de Assis.
“Sem falar do mau cheiro, muitas vezes é insuportável. Além de restos de construção, o povo joga resto de comida, fralda descartável usada, animal morto. Já presenciamos carroça trazendo entulho e deixando aí. Esse ‘projeto de lixão’ aqui na Nova Imperatriz era do outro lado da rua. Aí o dono do terreno murou e o problema acabou. Agora estão usando esse outro lado, que é um terreno murado. Usam a calada da noite para jogar tudo o que não presta”, reclama o feirante Francisco dos Reis.
O problema não é diferente dos transtornos enfrentados por moradores das proximidades do Templo Central da Assembleia de Deus e do Centro de Convenções. Na verdade, em proporções ainda maiores, pois uma área extensa cercada de mato com entradas pelas ruas Pará, Maranhão e Gonçalves Dias permite o acesso fácil de carroças e caminhões carregados de lixo.
“É direto, eles chegam na cara limpa em plena luz do dia e despejam tudo aí. Com esse tempo seco, logo começa um princípio de incêndio, pois com a temperatura alta, basta o pedaço de vidro esquentar e entrar em contato com o mato seco ou um pedaço de plástico ou papel, já tem início uma chama. Incêndios e princípios de incêndios aqui são comuns. O pior de tudo é que a fumaça é altamente prejudicial”, diz o estudante Rafael de Almeida, que mora próximo ao terreno baldio e passa em frente todos os dias.
No ano passado, O PROGRESSO fez uma reportagem sobre os transtornos vivenciados no dia a dia por quem mora ou passa diariamente perto do terreno nas proximidades da Assembleia de Deus, inclusive com relatos sobre os riscos de assalto. Já este ano, na última semana do mês de julho, um policial militar perseguia, com ajuda de populares, um ladrão que tomou uma bicicleta e um celular de uma jovem que retornava do trabalho. O bandido conseguiu escapar quando chegou no matagal do centro da cidade, onde abandonou os objetos do roubo.
No Parque Alvorada I, os moradores também reclamam da fumaça produzida pela queima de lixo em terrenos baldios, não tão distantes da avenida principal. “Aqui a gente não pode ficar nem dentro de casa que a fumaça invade. Se não é a fumaça, é o vento que traz o mau cheiro de coisa podre jogada nos terrenos”, relatou o morador Antônio Alves, três semanas atrás. Segundo o Código de Postura do Município de Imperatriz, os terrenos existentes nos bairros e no centro da cidade devem ser murados ou cercados.
Já a população precisa ter a consciência e dar o destino certo ao lixo produzido nas residências, no comércio ou em pequenas, médias e grandes construções.
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