Durante a sessão dessa terça-feira (19), a Tribuna Popular foi utilizada pelo membro da diretoria regional do Sindicato dos Urbanitários do Estado do Maranhão, Jurandir da Silva Oliveira. Durante 20 minutos, Oliveira denunciou as taxas abusivas praticadas pela Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) e demonstrou grande preocupação com o esgoto lançado sem tratamento pela empresa no rio Tocantins.
"O nosso sistema de esgoto está um caos. Nós temos esse rio, que devemos preservar, nos preocupar. Todo esse esgoto não está sendo tratado antes de ser jogado no rio. Todos temos conhecimento, mas o que estamos fazendo para combater isso?", questionou.
Esgoto - Segundo Oliveira, o sindicato fez um trabalho na cidade e foi constatado que o tratamento do esgoto não é feito pela empresa que deveria cuidar desse esgoto, mas existe uma cobrança abusiva pelo serviço para a população. Ele solicitou dos vereadores o pedido de uma ação pública contra a Caema, porque a situação é preocupante.
"Outro problema é que todo o esgoto recolhido é jogado nas galerias da prefeitura, que é um crime ambiental. Quando chove, a galeria da prefeitura não suporta e estoura. Toda rede coletora da Caema é totalmente ultrapassada, tem mais de 30 anos, e não suporta mais a demanda do crescimento da cidade".
Questionado sobre a lagoa de tratamento de esgotos da Caema, Oliveira respondeu que ela só funcionou durante três anos. "A empresa tem uma lagoa que dizem ser de tratamento. Fomos lá e verificamos que não cai uma gota de esgoto nessa lagoa. Procuramos o gerente da empresa e ele não soube responder. É complicada essa situação e nós, do sindicato, estamos levantando essa bandeira".
Água - A falta de água na cidade, diretamente ligada à falta de investimentos da empresa, também foi denunciada, já que a Caema possui uma concessão com o município para prestação de serviços até 2022 e o último investimento foi feito em 2006.
"Uma cidade com um rio tão importante desse e a população ainda vive com lata d'água na cabeça. É uma situação que já vem acontecendo há muito tempo e a empresa não faz nada pra resolver. Hoje, ela possui apenas três bombas de captação de água, uma está quebrada desde novembro, e outra está funcionando com apenas 80% da sua capacidade. E cavar poços não resolve o problema".
Arrecadação - Oliveira informou que a Caema arrecada em Imperatriz algo em torno de 3 milhões e meio de reais e que esse valor não fica na cidade.
"Toda a arrecadação vai pra São Luís. Se 10% dessa arrecadação ficasse no município, daria pra fazer algo pela população. O sistema de captação está sucateado. Trabalho na Caema há 20 anos e vejo tudo se acabando. A nossa empresa parou. Não tem fiscalização. É inadmissível as pessoas comprarem água pra beber".
O vereador Carlos Hermes lamentou o fato da não continuidade da CPI que investigava a Caema, afirmando que a empresa tem um contrato com o município de ampliação da rede de abastecimento de água e esgotos de acordo com o crescimento da cidade.
"A Caema não cumpriu o contrato e não teve nenhum tipo de punição. Teremos pela frente uma missão, a de continuarmos a CPI popular nos bairros, junto ao Ministério Público, com a Defensoria Pública e demais vereadores pra ouvirmos as pessoas. Ver quem está pagando e não recebe, quem está sendo lesado como consumidor".
O espaço foi aberto a perguntas, que foram feitas pelos vereadores Antonio José Fernandes de Oliveira (DEM), Antonio Esmerahdson de Pinho (PSDB), Edneusa Caetana Frazão (PSDB), Aurélio Gomes da Silva (PT), José Carneiro dos Santos (PSDB), Rildo de Oliveira Amaral (SDD), Marco Aurélio e Carlos Hermes Ferreira da Cruz (PCdoB). (Mari Marconccine / Assessoria)
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