Recentemente, registramos as preocupações quanto à possibilidade do desencadeamento de ações terroristas durante as Olimpíadas de 2016, mostrando fragilidades de nosso Sistema de Inteligência, haja vista os sucessivos escândalos que, diariamente, assolam a vida nacional sem conhecimento dos governantes, segundo suas próprias declarações.
O Serviço Nacional de Informações deveria ser, realmente, reformulado mas jamais extinto de maneira intempestiva em 1990. Até hoje, o País se ressente da falta de um eficaz Sistema de Inteligência que permita ao Governo tomar medidas preventivas e oportunas em inúmeros setores, antecipando-se à eclosão de problemas de toda ordem.
Com enfoque semelhante, criticamos a decisão presidencial de dispensar a concessão de vistos a estrangeiros durante as competições esportivas mundiais. Pouco tempo depois, o General de Exército JOSÉ CARLOS DE NARDI, Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, foi demitido por ter, segundo a mídia, o mesmo parecer.
E agora, bestificados, tomamos conhecimento de que 72 sírios “viraram” brasileiros com direito à certidão de nascimento, identidade, CPF, título de eleitor e passaporte. E este absurdo teve origem em um cartório da cidade do Rio de Janeiro que irá sediar os Jogos Olímpicos de 2016. Inacreditável!
Segundo consta, o golpe teria iniciado em 2012 e pelo fato das fraudes serem grosseiras as suspeitas já teriam sido denunciadas àquela época. Porém, a Delegacia de Defraudações intensificou suas investigações nos últimos oito meses e detectou estas imperdoáveis falhas no Registro Civil dos Cidadãos e que tanto aumentam as nossas vulnerabilidades. Poderá estar aí a ponta de um iceberg a ser aproveitado por terroristas para a consecução de suas nefastas e radicais ações.
Se isto ocorre na antiga Capital do País onde se espera que haja, pelo menos, um razoável Sistema de Inteligência e de segurança, o que poderá existir em centenas de Municípios do interior?
As investigações prosseguem e esperamos que não fiquem limitadas à cidade do Rio de Janeiro.
A “islamização” da França deu no que deu, infelizmente. A sanha de sanguinários terroristas não tem limites e o sacrifício de inocentes vítimas serve de exemplo ao mundo.
Até quando vamos continuar “deitados em berço esplêndido”, dando munição a bandidos e descurando da adoção de imprescindíveis medidas preventivas?
Estamos no limiar de 2016, DEUS é brasileiro mas os governantes têm o dever de zelar pela segurança da população.
DIÓGENES Dantas Filho é Coronel R1 do Exército Brasileiro, ex-Comandante do 50º Batalhão de Infantaria de Selva (50º BIS), Doutor em Planejamento e Estudos Militares e Consultor de Segurança.
Publicado em Cidade na Edição Nº 15487
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