Exposição levou à feira o mundo das quebradeiras de coco

Quem visitou a XXIV Feira de Artes de Imperatriz teve a oportunidade de conhecer trabalhos de artistas que aproveitam a chance de mostrar talentos, seja no artesanato, música ou com fotografias, como as que foram mostradas na exposição ‘Universo Quebradeiras’, de responsabilidade da fotógrafa Vanusa Babaçu.
“É o universo das quebradeiras de coco babaçu, presente em quatro estados brasileiros que frequento e conheço, como Maranhão, Piauí, Pará e Tocantins. Principalmente o Maranhão, pois temos a maior quantidade de babaçu no Brasil. São 18 milhões de hectares. Tem muita camponesa quebradeira de coco e eu penso que essa profissão tem pouco tempo de existência. Os filhos dessas mulheres hoje estão vindo todos para a cidade”, relata a fotógrafa.
Nas mais de 30 fotografias fixadas em quibanes, tipo de bacia rasa feita com palhas, bastante utilizada pelas quebradeiras de coco babaçu, o destaque é para a luta diária de camponesas em busca da sobrevivência. Vanusa comenta a desvalorização do trabalho de mulheres que dependem da quebra do coco. “Falam, por exemplo, em biodiesel, mas isso chega apenas para grandes empresários. Quebradeira de coco é uma profissão que eu acredito que vai se perder ao longo do caminho”, reforça. A ‘Universo Quebradeiras’ Vanusa Babaçu já levou ao Teatro Nacional em Brasília-DF.
Aproveitando o momento vivido atualmente no Brasil, onde a população vem promovendo inúmeras manifestações cobrando melhorias em diversos setores, a exposição reservou um dos espaços destinados “ao momento político das quebradeiras, como a vez em que mulheres da região da Mata Grande, próximo à Davinópolis, estiveram em Brasília procurando meios de incentivar a transformação da área em reserva”, conta. Para a exposição realizada no coreto da Praça da Cultura a fotógrafa recebeu apoio de amigos, estudantes e professores.
Após a passagem pela XXIV Feira de Artes de Imperatriz, a exposição deverá ser realizada de forma itinerante. O objetivo é levá-la a shoppings da cidade e locais considerados mais simples pela fotógrafa, como o Restaurante Popular e o Terminal de Integração. “Nesses locais encontramos pessoas que não têm acesso a nenhum tipo de arte”, explica. Em avaliação sobre o próprio trabalho, Vanusa define: “Ficou original, ficou bem a minha cara”. (Hemerson Pinto)