Peças que retratam o Maranhão
Alguns terços da coleção

Geovana Carvalho

Uma exposição de presépios e terços de várias partes do Brasil e do mundo atrai público variado.
Pelo oitavo ano consecutivo, Conceição Formiga abre sua casa para mostrar a coleção de 347 terços e 94 presépios. Ela nos conta que a maior parte dos visitantes são católicos, no entanto muitos evangélicos comparecem pelo valor artístico das obras.
Com o tema “Eu sou o Caminho”, inspirado em um trecho bíblico, quem entra na sala principal da casa da expositora faz uma viagem por diversas partes do mundo.
Terços coloridos em pedras semipreciosas ou material rústico chamam a atenção pelos formatos diferentes de suas contas, ou pelos variados tamanhos e ainda pela origem. Muitos são presentes trazidos de longe, por amigos e parentes. O primeiro Conceição ganhou em 1983 e decidiu, então, colecionar o artigo e não parou mais. A primeira exposição foi realizada em 2004, a qual contava também com imagens de Nossa Senhora. No ano seguinte resolveu expor o primeiro presépio, que também ganhou de presente.
Em barro, resina, palha, estopa, metal e até papel, os presépios atraem pela originalidade. As obras de artes trazem consigo traços de sua terra de origem. Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Itália, Espanha, Alemanha, Moçambique... vários estados do Brasil e muitos países estão representados nas peças. As que retratam o Maranhão têm telhados de palha. De Caruaru-PE são feitas em barro, traço marcante nas esculturas daquela cidade. Uma peça recém-chegada à coleção, vinda de Belém na Judeia – presente de amigos a Conceição – desperta curiosidade pelo cheiro forte da oliveira, madeira com a qual é feita e que remete aos “tempos” bíblicos.
Para a colecionadora, os presépios são muito mais do que arte: “Eles são o verdadeiro símbolo do Natal”, diz Conceição. Ela conta também que uma das exposições natalinas recebe 700 visitantes. Todos os anos durante três dias os objetos ficam disponíveis à visitação pública. Na exposição, que encerrou ontem, foram recebidas cerca de 300 pessoas. Segundo Conceição Formiga, este ano decidiu abrir a casa para os visitantes, devido a isso o público foi reduzido. “Já fiz exposição em três ambientes, em shopping, mas é muito cansativo porque fico o dia inteiro presente, decidi fazer em minha casa em um ambiente só e devido a isso o público foi um pouco menor”.
Todos os itens são catalogados e guardados com identificação. São dois dias para montar e dois para retirar as peças.