Na tentativa de incluir o rio Açailândia dentro do projeto Revitalização dos Rios Maranhenses, o jornalista e ambientalista Domingos Cezar se juntou aos amigos açailandenses Fernando Queiroz, Zé Paraíba, Hermógenes Dantas e Armando Legal para desbravarem o rio até a sua confluência com o rio Gurupi.
Para tanto, foram traçados os planos e logística da expedição, que constava de dois barcos e uma camionete, para um período de quatro dias. Desta forma, a expedição começou dia 12, na fazenda do saudoso João do Cruzeiro do Sul, quando o administrador da fazenda deu todo apoio ao plano traçado pelos expedicionários.
No primeiro dia, todos compreenderam as dificuldades que iriam enfrentar, uma vez que o rio Açailândia é tomado de fechada mata que não permitia usar o motor, razão porque tiveram que optar pelos remos. Após dois dias de viagem, a expedição chegava ao final da tarde na fazenda do advogado e pecuarista Sidônio Gonçalves.
Na manhã do terceiro dia, todos foram orientados que encontrariam mais na frente um grande obstáculo, um enorme assoreamento que tomara o leito do rio, mas ressalvou que ainda havia uma saída para se chegar ao canal. Decidiu-se que Domingos Cezar prosseguiria em uma canoa e os demais em outra de maior porte.
Após o café da manhã do terceiro dia, seguiu a viagem. Domingos Cezar, que é diretor da Fundação Rio Tocantins (FRT), seguiu na frente e logo depois encontrou o assoreamento de aproximadamente 200 metros quadrados que já tomara conta do leito do rio, agora com arbustos e servindo de pastagem de gado.
Com seu vasto conhecimento das águas, Domingos Cezar conta que desceu da canoa e foi estudar o relevo. Ao observar um filete de água sobre a areia aduziu que aquele era o caminho e o seguiu até cerca de 300 metros quando encontrou o novo canal do rio. Viu para ele apenas uma passagem e para os companheiros duas passagens.
Com muito sacrifício chegou ao canal e seguiu viagem rio abaixo. Seus companheiros, entretanto, ao deparar-se com o assoreamento, não tiveram a percepção de que havia duas passagens para eles e decidiram retornar à fazenda. Como não havia comunicação, os dois grupos ficaram sem saber do destino um do outro.
Quando chegaram à fazenda e contaram que Domingos Cezar havia desaparecido, Sidônio Gonçalves mobilizou homens, camionetes e barcos e saíram a sua procura, mas não o encontraram. Contudo, quando escureceu, Domingos Cezar rumou para a sede da fazenda do médico Valdecir Ferreira, onde se alojou.
No dia seguinte, segunda-feira (15), pegou a estrada. Tendo caminhado cerca de oito quilômetros, encontrou Paraíba e Hermógenes, os quais o resgataram bastante debilitado. Em meio aos perigos e obstáculos, o grupo deve retornar brevemente para concluir a expedição e chegar ao encontro das águas dos rios Açailândia e Gurupi. (Assessoria/FRT)
Publicado em Cidade na Edição Nº 16238
Expedição Rio Açailândia foi interrompida
Apesar dos obstáculos, os expedicionários querem dar continuidade até o rio Gurupi
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