Hélio Rodrigues Araújo

Na véspera de começar a 17ª Feira do Comércio e Indústria de Imperatriz (Fecoimp), a maior feira multissetorial do estado, o presidente da entidade realizadora do evento, a Associação Comercial e Industrial de Imperatriz (ACII), Hélio Rodrigues Araújo, concede entrevista sobre a expectativa em relação ao evento. A Fecoimp será aberta oficialmente nesta quarta-feira (13) às 18h30 e seguirá até o dia 16 de setembro.

Veja os principais pontos da entrevista:

A Fecoimp deste ano ocorre em um momento delicado da economia das empresas, como ocorreram as comercializações de estandes este ano?

Hélio - Há cerca de 40 dias nós já havíamos fechado a quantidade de estandes que consideramos o número ideal para a feira, entre 200 e 225. Esse número oscila, pois anualmente fazemos um desenho geral da feira com base no número de participantes. E, devido ao grande interesse, percebemos potencial de trazer mais empresas para a Fecoimp ano a ano. Em 2017, o que fizemos foi disponibilizar espaços menores para os estandes, atendendo uma necessidade dos expositores, mas ampliando o número de empresas expositoras para termos mais oferta de serviços e possibilidade de negócio.

E qual a expectativa da ACII para essa edição, considerando o momento enfrentado pelo país?

Hélio - No início estávamos muito preocupados, pois o país passa por um momento político e econômico muito complexo e pensamos que não iríamos conseguir fazer a feira na magnitude com que ela de fato vai ocorrer. Hoje, já estamos tranquilos, a expectativa é que seja maior e melhor que nos anos anteriores. Quando vemos a feira pronta, parece que ela acontece naturalmente, mas na verdade é um trabalho intenso que já vem sendo realizado há meses por muitas pessoas. E é importante ressaltar que ao longo desses anos os erros e acertos vão fazendo com que a gente aprenda e melhore os serviços e a estrutura ofertada, transformando o espaço em um local mais atrativo e agradável a cada edição.

A boa aceitação da feira pelo empresariado foi uma surpresa neste momento delicado?

Hélio - Seria uma surpresa se não tivéssemos trabalhado. Somos 50 diretores e a grande maioria deles está trabalhando em função da feira. Ficamos muito reticentes no início por medo da crise, mas o interesse por parte dos empresários expositores na Fecoimp mostra um desejo de retomada de crescimento. E a Feira é responsável por isso, porque ela facilita negócios. A feira é um grande espelho do ânimo do empresariado, pois, mesmo em tempos de crise, eles depositam confiança no nosso espaço.

Neste mesmo sentido, o que o senhor avalia que a Fecoimp representa hoje para Imperatriz e região?

Hélio - Eu acredito que foi a partir da feira que nós começamos a melhorar o relacionamento entre as empresas de Imperatriz. Antes da Fecoimp, as empresas da cidade compravam fora do estado. A partir do momento em que as empresas daqui, principalmente os comércios atacadistas e algumas indústrias, começaram a mostrar seus produtos e serviços, a compra externa caiu expressivamente. Há dez anos, por exemplo, as importações de produtos consumidos em Imperatriz eram algo em torno de 90% e, hoje, chegam a 78% dos produtos de consumo. Logicamente, ainda não temos grandes indústrias para todos os tipos de produtos. Mas temos um comércio distribuidor muito grande. E isso deve-se em parte à divulgação desses serviços e produtos na Fecoimp. É o que podemos constatar dos estudos que a ACII e também as universidades realizam ao longo de todos os anos da feira. Essa "troca" entre empresas é o maior fator de sucesso da Fecoimp. 

E como foi escolhida a temática "Todos os negócios acontecem aqui" para a edição deste ano da feira? 

Hélio - Esse mote foi pensado no início dos nossos trabalhos. Tínhamos uma preocupação sobre o que fazer depois de tantos anos de feira. E chegamos à conclusão que, independente da crise, nossos negócios precisam continuar acontecendo. Por isso, optamos por esse tema, pois se eu puder indicar um local ideal onde os negócios acontecem, eu diria que esse lugar é a Fecoimp e a cidade de Imperatriz.
Temos uma região geoeconômica com muito potencial econômico e da qual precisamos cuidar muito bem. Em um raio de 180 quilômetros temos cidades do Maranhão, Tocantins e Pará que consomem muitos produtos e serviços de Imperatriz e impulsionam o crescimento local. Então, se todas estas cidades crescem, Imperatriz cresce junto. Por isso, precisamos ter um pensamento que abranja e entenda todo esse mercado. A nossa busca é para fortalecer a cidade como um destino comercial, um destino de serviços. Imperatriz tem uma imagem muito forte nesse sentido e escolhemos esse tema para fortalecer essas imagens de que os negócios precisam acontecer aqui. 

Diante da ampla organização, o público visitante também deve crescer?

Hélio - Em números de participantes, a feira de 2016 cresceu em torno de 18%, o que consideramos um número expressivo. A estimativa é que, em 2017, tenhamos um acréscimo de 30% de visitantes com relação ao ano passado. Como a Fecoimp já é tradicional na cidade, a expectativa é muito alta. Apesar da feira ser voltada para negócios, ela também acaba sendo um evento social da cidade. Então as pessoas já esperam por isso. Em números absolutos, esperamos cerca de 36 mil pessoas este ano.

E, além dos expositores e espaços diversos, o que essas pessoas podem esperar quanto a questões estruturais como alimentação e segurança na feira?

Hélio - Junto ao espaço turismo teremos o Espaço Gourmet, não só para divulgar o que Imperatriz está produzindo quanto a gastronomia, mas também para tornar o ambiente da Fecoimp mais agradável para os visitantes. Além disso, teremos atrações culturais ao longo de todos os dias da feira em um palco montado no espaço Gourmet com o intuito de promover a produção artística de nossa região. Percebemos ao longo desses anos de Fecoimp que as pessoas sentiam a necessidade de sair da feira para se alimentar e, normalmente, não voltavam. Então, pensando no bem-estar dos visitantes e também na possibilidade de gerar negócios em torno da gastronomia da cidade, passamos a investir em um Espaço Gourmet, já que temos uma expectativa de receber cerca de 36 mil pessoas durante toda a feira. A feira funciona como uma vitrine também para esse mercado. E a gastronomia acaba tendo um retorno muito positivo em virtude do apelo que possui. Haverá muitas opções de alimentação interessantes neste ano.

E quanto à segurança?

Hélio - Durante todos os dias do evento, a segurança será feita por uma empresa contratada para garantir a normalidade na parte interna do evento. Na parte externa, a segurança é feita pela Polícia Civil. Além disso, teremos o Espaço das Forças Armadas, utilizado pelo Exército, Marinha e Aeronáutica, onde serão divulgados os trabalhos e os serviços sociais que esses realizam. Os Bombeiros também estarão presentes e farão algumas apresentações.

E os apoiadores e patrocinadores, como tem sido a construção dessas parcerias?

Hélio - Nossos parceiros são muito importantes para a realização da Fecoimp. É importante enfatizar que não há como fazer uma feira desta magnitude sem parcerias. E essa relação nem sempre é financeira, mas em trocas de ideias, serviços e atrações que transformam a feira em um espaço melhor a cada ano. Este ano, a feira é realizada em parceria com o Governo do Estado do Maranhão, através da Secretaria de Indústria e Comércio - Seinc; e Secretaria de Cultura e Turismo - Sectur; Emap - Porto Itaqui; Grupo Mateus; Fecomércio; VLI - Valor Logística Integrada; Suzano Papel e Celulose; Prefeitura Municipal de Imperatriz; Devry Facimp; Fiema; Programa de Desenvolvimento de Fornecedores - PDF; Banco do Brasil; Banco do Nordeste; Banco da Amazônia e Governo Federal. O evento é apoiado pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas- Sebrae; Conselho de Jovens Empresários de Imperatriz - Conjove; Serviço Social do Comércio do Maranhão - Sesc, 50º Batalhão de Infantaria de Selva - 50º BIS, Rio Anil Transporte e Logística Ltda. - Ratrans e Gráfica Tauá.