Willian Marinho
Acadêmicos de diversos cursos do campus da Universidade Federal do Maranhão no Bom Jesus continuam acampados e anunciaram que não recuarão enquanto não forem atendidos em suas reivindicações. Ontem, houve confronto quando tentaram retirar os alunos do auditório onde estavam realizando assembleia. Como resposta, acamparam na sala da coordenação, ou seja, a sala da direção do CCSST do Bom Jesus está totalmente ocupada pelos manifestantes.
Ontem, ainda conseguiram a adesão dos estudantes do curso de Ciências Naturais e os professores que pararam suas atividades em apoio ao movimento.
Na assembleia de ontem, os estudantes decidiram interditar a rodovia Pedro Neiva de Santana nesta sexta-feira, a partir das 7h30. O ponto da interdição será a rotatória de acesso à Facimp.
Os acadêmicos lutam por melhorias no funcionamento do novo campus que, apesar de ter sido inaugurado recentemente, ainda não tem condições plenas de funcionamento, além de outros problemas, como transporte, alimentação e falta de água.
Ontem, um dos coordenadores do movimento informou a O PROGRESSO que estarão acampados em frente ao prédio do campus até que seja dada uma resposta por parte da direção da universidade sobre as solicitações.
As principais reivindicações
dos acadêmicos da UFMA são:
TRANSPORTE: Foi com muita luta que conseguimos uma extensão de rota de uma das empresas que comandam o transporte coletivo na cidade. Mas agora nossa pergunta é: por que as faculdades particulares possuem uma rota exclusiva pra elas, e nós alunos da UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO temos que enfrentar quase uma hora numa rota cansativa e desregulada se poderíamos usufruir de uma rota exclusiva?
ALIMENTAÇÃO: Cinco reais podem não parecer muito, mas se pararmos para fazer as contas, são R$ 125,00 de alimentação. Isso se contarmos APENAS o almoço puro e seco. Para muitos que não sabem, o preço da comida servida na mesma universidade em São Luís não sai por mais de R$ 1,25. Por que essa diferença? Não somos UFMA do mesmo jeito?
ÁGUA: Desde a inauguração do campus, a água utilizada por nós alunos é engarrafada! Sim! Pasmem, água mineral, isso não é porque somos “chiques”. Essa foi a MEDIDA EMERGENCIAL encontrada pela universidade para sanar o problema do poço que, depois de SETE ANOS, ainda não foi terminado.
MATERIAIS BÁSICOS NOS LABORATÓRIOS: Tanto os laboratórios de Engenharia quanto os laboratórios de Enfermagem estão sendo inutilizados por falta de reagentes básicos, matéria-prima utilizada em experimentos e aulas práticas. Nós, para não sermos obrigados a ficar sem a parte mais importante do curso, temos que tirar do próprio bolso para comprar o mínimo a ser utilizado.
PROFESSORES: Hoje o curso de Enfermagem funciona com cerca de SEIS PROFESSORES ENFERMEIROS, trabalhando com regime exaustivo tentando encobrir a imensa falta de corpo docente especializado, sendo que em São Luís são cerca de TRINTA E SEIS PROFESSORES ENFERMEIROS.
ÁREA DE VIVÊNCIA: Convido qualquer um a ir visitar a minha querida universidade no horário do almoço. A cena vista vai ser alunos jogados ao relento, deitados no chão, sem um mínimo de conforto. Isso porque as salas são trancadas, a biblioteca está quase sempre fechada, porque a INTERNET NÃO TEM, a universidade não tem bancos nem uma outra opção para a vivência no campus.
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