“Participar de uma Olimpíada do Conhecimento, que é um evento gigantesco na modalidade educação profissional do país, e trazer uma medalha de um Festival de robótica, competindo com estudantes de todo o Brasil, é muito gratificante e valioso para nós. E mostra que, sim, podemos fazer, podemos competir”. A fala de Clarysse da Conceição traduz a alegria e a felicidade que tomaram conta da equipe Craft Robótica, durante coletiva à imprensa, na manhã dessa quarta-feira (16) no auditório da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), no Monte Castelo.
A equipe maranhense formada por estudantes dos Centros de Ensino Bem Ony (município de Arame), Arlindo Ferreira de Lucena e Dom Marcelino de Milão (Barra do Corda) conquistou o 3º lugar no Festival FLL de Robótica, competição paralela realizada na Olimpíada do Conhecimento (OC) 2016, que aconteceu em Brasília, de 10 a 13 de novembro. Promovida pelo Senai Nacional e Confederação Nacional da Indústria (CNI), OC é a maior competição da Educação profissional das Américas, com desafios por equipe e individuais.
Este ano, pela primeira vez, além das equipes do ‘Sistema S’ (Sesi e Senai) e Institutos Federais, o Sesi de cada estado pôde levar uma equipe de escola pública para participar da competição de Robótica. A equipe do Maranhão foi formada pelos estudantes Calebe Lima Souza, Clarysse da Conceição, Francisco Jhemerson e Jerriane Melo dos Santos.
A competição consistia em três etapas: no desafio de robôs; desenvolvimento de um projeto escrito com a temática da competição, que este ano foi ‘Animals Aliens’, que quer dizer ‘Aliados dos Animais’. A equipe teve que identificar um problema na relação ‘Homem x Animal’ e propor solução para tal problema. Assim, desenvolveram o projeto ‘Tecnoíndios’, onde a principal ferramenta é o Tata-Cuhy, um protótipo de alerta de incêndio, desenvolvido através da ferramenta Arduino (plataforma de computação), que trata sobre a vulnerabilidade do Tamanduá-bandeira diante das queimadas nas reservas indígenas Canela e Guajajara, em Fernando Falcão e Arame.
“Esse protótipo foi encabeçado pelo professor Ronilson, do Centro de Ensino Dom Marcelino, que é mestre na área de robótica. O robô tem um sensor de fumaça e é colocado na mata. Lá na aldeia, estará um indígena responsável com um rádio transmissor que receberá o alerta de qualquer sinal de fumaça e imediatamente poderá acionar a comunidade para o combate ao incêndio, e assim poderá reduzir o impacto das queimadas”, explicou o professor Cláudio José Braga Rocha, diretor da Unidade Regional de Educação da URE de Barra do Corda, que acompanhou a equipe na competição.
E por último para completar o tripé do desafio, a equipe precisava mostrar seus valores, como união, companheirismo, espirito de equipe, de ajuda, entre outros. “Nós colocamos aí um componente a mais, que foi a questão da responsabilidade social, onde procuramos mostrar que a responsabilidade em ajudar a resolver os problemas da nossa comunidade, é do governo, mas, também, é de cada um de nós”, completou professor Cláudio.
Para Jerliane de Melo dos Santos, a sensação de poder fazer foi fundamental. “A gente mostrou que uma equipe pode sair lá de uma comunidade do interior do nordeste e mostrar que tem capacidade de competir, tem ideias bacanas. E agora a gente quer mais”, enfatizou a medalhista.
Os alunos agora sabem que podem ir mais além. “É a sensação do dever cumprido, com aquele gostinho de quero mais. Com mais estudo, mais dedicação e pesquisa para ajudar o nosso povo. Assim, a gente quer participar de competições regionais, quer chegar à nacional de robótica e quem sabe a uma internacional”, destacou Calebe Lima Sousa, do C.E. Dom Marcelino de Milão.
Para Ivaneide Giacomini, coordenadora de Educação do SESI/Maranhão, a ideia de convidar as escolas públicas foi exatamente para apresentar aos alunos o mundo da robótica educacional e estimular o interesse pela área tecnológica fundamental para mundo e para o mercado profissional. “O que a gente quer é estimular o desenvolvimento destes estudantes. Que eles se envolvam com a robótica, desenvolvam o raciocínio, tenham mais envolvimento com as diversas áreas do conhecimento. Porque a robótica não é só montagem de peças. Ela envolve todas as áreas do conhecimento de uma forma agradável”, destacou.
“Ficamos muito agradecidos por essa parceria do Senai Nacional e da Confederação Nacional da Indústria (CNI) em possibilitar a cada estado ter uma equipe da rede pública de ensino participando da competição de Robótica. Essa iniciativa estimula o protagonismo juvenil e eleva a autoestima dos nossos alunos. O Governo do Estado quer sempre apoiar e fomentar cada vez mais o interesse pela ciência e pesquisa nos espaços escolares”, enfatizou o secretário de Estado da Educação, Felipe Camarão.
Encontro com o governador
O governador Flávio Dino fez questão de receber os medalhistas no Palácio dos Leões para parabenizá-los pelo feito e conhecer de perto a capacidade de inovação dos alunos. “Fiquei muito feliz de ver o ótimo desempenho desses alunos maranhenses, orgulhando nosso estado e sendo premiados em um evento de dimensão nacional”, ressaltou.
Ele conversou com os alunos e os professores e destacou que o Governo está investindo continuamente na qualificação da educação do Maranhão, sobretudo no incentivo a criatividade, a capacidade de inovação e produção de novos conhecimentos. “A participação em eventos científicos tem esse propósito. Permitir o intercâmbio, a troca de experiências, aprendizado e o estímulo a criatividade, a imaginação, como caminho para a qualificação da educação no Maranhão”, sublinhou o governador
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