Nutricionista Jaisane Lobato

Geovana Carvalho

Tempo curto para almoçar, lanches rápidos e pressa em voltar para o trabalho fazem da alimentação, de quem trabalha no centro ou longe de casa, uma ameaça à saúde.
Mairena Lima de Sá, 29 anos, trabalha no calçadão de Imperatriz e comenta que na hora do almoço acaba optando pela comida rápida, mas sabe que os maus hábitos alimentares causam danos à saúde. “Tomo refrigerante, como salgado ou pizza quase todo dia, a comida normal (arroz, carne, feijão) só no fim de semana, quando estou em casa. Tenho consciência que faz mal, mas é mais rápido e o tempo de almoço não dá pra ir em casa”.
“Como macarronada, salgado e refrigerante todos os dias, na hora do almoço. Esse tipo de comida não satisfaz, mas levo em conta o tempo – é rápido para comer”, diz Alessandra Oliveira, 24 anos. Ela conta que trabalha no centro e admite que, pela praticidade “dos lanches”, acaba optando por eles. Por dia, ela gasta R$ 5,00 na compra do lanche rápido. O chamado prato feito custa em média R$ 7. Alessandra admite que o preço não influi, pois a diferença é pequena, o que pesa na escolha é a praticidade.
Na Praça de Fátima, na manhã dessa quinta-feira, estudantes de Nutrição da Unisulma verificaram a pressão arterial e calcularam o índice de massa corporal de pessoas que passavam pelo local. A ação fez parte da programação da Semana Mundial da Alimentação, explica a professora de Nutrição, Jaisane Lobato. A professora diz que o perfil nutricional do brasileiro mudou da década de 80 para cá. A inserção da mulher no mercado de trabalho, por exemplo, propiciou o crescimento das taxas de obesidade e sobrepeso entre as mulheres. Entre os adolescentes, os meninos tendem a apresentar maiores índices de obesidade, já que as meninas nessa fase são mais preocupadas com questões estéticas. Entre os homens, hábitos de como comer fora de casa e não praticar atividades físicas favorecem o sobrepeso.
A nutricionista Jaisane Lobato afirma que doces, massas e refrigerantes podem ser consumidos, no entanto com moderação: “A frequência com que são consumidos é que faz a diferença”.
A estudante de Nutrição Thuany Wátina Fernandes Silva diz que até o final da manhã foram atendidas 96 pessoas. Entre elas, os casos de sobrepeso e obesidade foram detectados em maior número em adultos e idosos. Após a verificação de pressão arterial e dos índices de colesterol, as pessoas atendidas receberam orientações sobre qualidade alimentar e hábitos saudáveis.