À noite o trajeto pela Estrada do Arroz é mais perigoso

Hemerson Pinto

Desde o último sábado, a Estrada do Arroz vem servindo como acesso para veículos que trafegam pela rodovia Belém-Brasília e são obrigados a mudar a rota devido à interdição na altura do Km 1.700, onde a força da água de um córrego derrubou a pista. Um desvio na BR-010, antes do local prejudicado pelas chuvas, leva até a Estrada do Arroz, próximo ao povoado São Félix.
A partir daí, a viagem continua já pela Estrada do Arroz. Motoristas de veículos de passeio, ambulâncias, caminhoneiros, motoristas de ônibus de linhas interestaduais passam a percorrer um caminho desconhecido da maioria e cheio de surpresas.
“Eu viajo de São Paulo a São Luís do Maranhão algumas vezes ao ano, mas nunca tinha passado por essa estrada. Quando estava voltando de São Luís, fiquei sabendo que a BR está cortada e me disseram pra tomar um desvio lá na frente. Faz horas que rodo, já passei por ponte quebrada, já esperei água sair de cima de outra ponte, vi caminhão atolado, quebrado, e um motorista que ‘patinou’ com o caminhão e ‘deitou’ o carro lá atrás”, conta o caminhoneiro Carlos Alecrim.
Minutos depois de conversar com Carlos, encontramos o experiente Elias Dutra. Mais de 25 anos de estrada “e diante de situações como essa, aqui no Maranhão, fico pensando se ainda vale a pena continuar, aos meus 55. Tomei chuva na entrada do desvio que chega aqui nessa estrada. Muita lama, estou cansado e não tenho a mínima ideia de quantos quilômetros ainda tenho que andar na estrada de chão”. Elias estava no povoado Esperantina, a poucos quilômetros do início do asfalto da Estrada do Arroz.
Na noite de domingo, para quem trafegava sentido Açailândia/Imperatriz, outra surpresa no caminho, quando o condutor pensava ter passado pelo pior. Depois de passar pelo acesso à Suzano e a rotatória próxima à ladeira do lixão, a alternativa mais viável para retornar à BR-010 seria a estrada asfaltada que passa ao lado da empresa Fachini.
Porém, a pista estava completamente submersa pela água de um riacho que havia transbordado. O jeito era retornar e ao chegar ao perímetro urbano de Imperatriz, seguir pela Avenida Silvino Santis, do bairro Ouro Verde até a entrada na BR-010.
“Agora tenho que voltar de ré com a minha bitrem com dois tanques de combustíveis. Era necessário ter alguém aqui, sinalizando e avisando para o motorista não fazer a rotatória. Quando vi já estava na frente da água e cheio de caminhões atrás”, reclama o caminhoneiro Antônio de Paula.