Hemerson Pinto
No início da tarde de 1º de janeiro de 2015, as fotos da interdição da Estrada do Arroz começaram a chegar para a redação do jornal O PROGRESSO. Moradores aproveitaram a intensa movimentação registrada no primeiro dia do ano, com vários veículos circulando entre os povoados ligados pela rodovia estadual, para realizarem mais um protesto.
Com galhos de árvores e pneus, os manifestantes promoveram um incêndio em frente à praça do povoado Olho D’Água. Caminhões que transportavam madeira para a fábrica de papel e celulose ficaram impossibilitados de seguir viagem, assim como condutores de veículos de passeio.
Muitas famílias voltavam de passeios das casas de parentes residentes em povoados ao longo da estrada que liga o município de Imperatriz a Cidelândia. “Aqui está tudo parado, muita gente, inclusive com crianças. Todos cansados das brincadeiras de fim de ano, não vendo a hora de chegar em Imperatriz, e agora sem poder continuar a viagem”, narrou por telefone a mulher que se identificou com Maria Zeuda, que voltava de Petrolina, zona rural de Imperatriz.
Segundo ela, a fila de caminhões, ônibus e veículos de passeio aumentava a cada instante e só com a chegada da Polícia Militar, e depois de algum tempo de conversa, os moradores aceitaram liberar a pista. Foram mais de duas horas de trânsito parado.
Os moradores protestaram as condições da Estrada do Arroz, que em alguns trechos ainda não recebeu os serviços de infraestrutura prometidos com o anúncio da obra de asfaltamento, iniciada no segundo semestre de 2014. No mesmo ano, os moradores fizeram vários protestos. Em uma das manifestações, trabalhadores rurais impediram interditaram a estrada próximo a entrada para a Suzano.
Alguns dos protestos que reivindicaram melhorias para a Estrada do Arroz em 2014 foram liderados pelo Fórum de Defesa da Estrada do Arroz, entidade composta por líderes comunitários, religiosos, professores, estudantes, quebradeiras de coco e muitas outras pessoas que lutam pelo desenvolvimento dos povoados ligados diretamente ou indiretamente pela estrada.
Por enquanto, asfalto só até a entrada da fábrica da Suzano, serviço feito antes por inciativa privada. Segundo usuários da estrada, o trecho entre os povoados Coquelândia e Petrolina já recebem os primeiros sinais da construção da Estrada do Arroz. No local onde a via foi interditada na tarde de quinta-feira os moradores reclamam da poeira, buracos e os riscos de acidentes de trânsito.
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