Hatus Wallison
Hodiernamente vivenciamos um acirramento de classes sociais, tais como negro contra branco, homossexual contra heterossexual, indústria contra ambientalismo, dentre outros.
Nesse sentido, observamos que a sociedade contemporânea, desde a Revolução Francesa, esta que inicia o mundo moderno que presenciamos, enfrenta esse debate social, sem atingir, contudo, a tão almejada pacificação social.
Talvez ninguém perceba, mas é nesse início revolucionário que paralelamente surge, de forma mais concreta, o capital especulativo, a saber: “Sistema Financeiro”, ou seja, bancos comerciais ou de investimentos. Este sistema, de fato, controla o capital/dinheiro, que por sua vez, financia os meios de produção em todas as searas de atuação, tais como o financiamento de um pequeno “bar” à uma “usina nuclear”.
Ademais, esse mesmo sistema financia o “Estado”, ou seja, quando um país não quer emitir papel moeda, Ele solicita ao “Sistema Financeiro” empréstimo sujeito ao pagamento de juros através da emissão de títulos públicos.
Tal prática é perfeitamente aceitável, desde que não afete a soberania nacional do país. Entretanto, isso não ocorre nos países emergentes, tais como o Brasil.
Todos nós sabemos, via de regra, que quem deve tem que pagar. Porém, esse conceito se aplica quando a relação de negócio é justa ou razoavelmente tolerável. Para contextualizar, no ano de 2017 o orçamento federal executado fora de aproximadamente de R$ 2,500 “TRILHÕES”. Deste total só para pagar os juros e amortizações da divida publica federal, foram destinados quase R$ 1,000 TRILHÃO. Se inserirmos as operações compromissadas do Banco Central, chegaremos a 51% do Produto Interno Bruto do Brasil só para pagar esse débito. O mais grave é que essa divida só aumenta a cada ano.
Para exemplificar na linguagem popular o que significa isso, exemplificamos assim.
Vejamos.
“Um pai de família ganha em média R$ 5.000,00 e possui uma esposa e dois filhos. No entanto, ele tem um débito com cartão de crédito de R$ 5.000,00. Todo mês esse pai destina a METADE de seu salário para pagar o cartão de crédito, ou seja, é pago para o cartão de crédito a quantia de R$ 2.500,00. Apesar disso, o débito no mês seguinte aumenta para R$ 5.200,00. Ao mesmo tempo, esse pai descobre que um de seus filhos está roubando todo mês o cofre da família. Além disso, descobre que seu outro filho está estragando comida. Somando o roubo e o estrago de comida, chega-se à quantia de R$ 400,00. O pai, com o apoio da esposa, ao perceber essa situação, culpa exclusivamente os filhos pela falta de dinheiro na família. Contudo, o mesmo não toma nenhuma, absolutamente nenhuma medida para saber o porquê do débito do cartão estar só aumentando. Por fim, a mãe nunca desconfiou que os filhos faziam tais coisas a mando do cartão de crédito”.
Nota-se, assim, que é obvio que os filhos desse pai estão dilapidando o patrimônio da família. Todavia o verdadeiro problema é o débito do cartão de crédito, que como “sanguessuga”, utilizando de juros imorais, ceifa a renda familiar.
Nesse contexto, comparando com o preâmbulo acima descrito, ao meu ver, o pai é o Estado, pois é ele que ganha e executa os gastos do orçamento; O cartão de crédito é o “Sistema Financeiro”, que leva a metade do ganho do governo sem qualquer tipo de piedade; Os filhos são os subterfúgios tais como questão de gênero, questões ambientais, questões religiosas, redução da maioridade, porte de arma e etc. Esclareço que, de fato, tudo isso é relevantíssimo, mas sem dinheiro se torna inócuo; E por fim, a mãe somos todos nós, que focamos toda a nossa energia nos “filhos”, enquanto o débito do cartão passa despercebido, apoiado por maioria dos intelectuais com pedantismo vazio, “às vezes por ignorância ou má fé.”
Assim, eu questiono. Será que estamos diante de um grande truque de mágica, onde o mágico nos chama a atenção para a mão direita, enquanto com a mão esquerda ele realiza o“abracadabra”?
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